O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e a Casa dos Ventos firmaram um contrato de R$ 41 milhões para o fornecimento de energia elétrica proveniente de fontes renováveis ao Porto do Pecém, com vigência a partir de outubro deste ano e duração de cinco anos. Este acordo reflete o compromisso do complexo com a sustentabilidade e a busca por soluções inovadoras que promovam a descarbonização de suas operações, posicionando-o na vanguarda dos portos verdes no Brasil.

A contratação foi realizada via concorrência pública e marca a transição do terminal portuário do mercado cativo para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), garantindo não apenas maior estabilidade nos preços da energia, mas também reafirmando o compromisso com o uso de energia limpa e renovável para atender às operações portuárias. Esta mudança estratégica fortalece o papel do Porto do Pecém como um ator relevante no cenário internacional de logística sustentável.

Operações no Porto do Pecém edmandam elevado consumo de energia elétrica             Foto: Douglas Filho

O presidente do CIPP, Hugo Figueirêdo, destaca a magnitude desse consumo de energia, comparando-o ao de uma cidade de 80 mil habitantes. “Essa demanda reflete a robustez de nossas operações e a nossa política de sustentabilidade, incentivada pelo Governo do Estado e pelos operadores do porto. O investimento em equipamentos movidos a eletricidade, em substituição aos combustíveis fósseis, é um passo significativo em nossa jornada para a descarbonização,” afirma Figueirêdo, sublinhando o alinhamento do Pecém às diretrizes globais de eficiência energética e preservação ambiental.

Um dos pontos de destaque do contrato é a exigência de que toda a energia fornecida pela Casa dos Ventos ao terminal portuário seja certificada pelo I-REC (International Renewable Energy Certificate). Este selo internacional garante a rastreabilidade completa da energia, desde sua geração até o momento do consumo, assegurando que o Porto do Pecém opera com os mais altos padrões de responsabilidade ambiental.

Além de promover uma significativa economia para o CIPP, o novo modelo de aquisição de energia será um catalisador para futuras iniciativas de eletrificação no complexo. Atualmente, cerca de 70% das operações portuárias já utilizam energia elétrica, abrangendo desde os guindastes responsáveis pela movimentação de contêineres e placas, até a esteira que transporta insumos para a siderúrgica da ArcelorMittal. A expectativa é que esse índice continue a crescer nos próximos anos, especialmente com a implantação do sistema shore power, que permitirá o fornecimento de energia diretamente para navios atracados, reduzindo drasticamente as emissões de poluentes durante as estadias das embarcações no porto.

O Complexo do Pecém reafirma, assim, seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade, pavimentando o caminho para um futuro de operações portuárias cada vez mais limpas e eficientes. Este contrato simboliza não apenas um investimento estratégico, mas também um avanço crucial na consolidação do Pecém como um modelo de desenvolvimento econômico sustentável, em sintonia com as melhores práticas globais do setor.