De acordo com o banco, dois de seus modelos econômicos emitiram um “alerta de cautela” em relação aos EUA

O Citi revisou suas recomendações de investimento, rebaixando sua perspectiva para os Estados Unidos de “compra” para “neutra”, ao mesmo tempo em que elevou sua classificação para os ativos chineses, passando a vê-los como “overweight” (ou seja, com recomendação favorável).

No relatório de Estratégia Macro Global, publicado nesta semana, o banco reafirmou sua análise de que a liderança global dos Estados Unidos está “fazendo uma pausa”. Embora reconheça que essa tendência ainda não esteja totalmente consolidada, o Citi observa que os sinais dessa mudança estão ficando mais evidentes.

De acordo com o banco, dois de seus modelos econômicos emitiram um “alerta de cautela” em relação aos EUA, destacando a situação do mercado de trabalho e as transformações econômicas iniciadas durante o governo de Donald Trump. O Citi sugeriu que o último bom relatório de empregos pode ser o ponto final de um ciclo positivo, com fatores como cortes de custos e uma economia mais fraca começando a impactar os números.

A economia dos EUA fechou fevereiro com uma taxa de desemprego de 4,1%, mantendo-se relativamente baixa, mas com um crescimento de empregos que mostrou sinais de desaceleração, com apenas 151 mil novas vagas criadas. Isso indica uma possível reversão da tendência de queda nas taxas de desemprego.

Enquanto isso, o cenário para os ativos chineses está mais favorável. Mesmo após um período de valorização acentuada, o Citi destacou que os investimentos na China ainda têm bom potencial, especialmente no setor de tecnologia, que está impulsionado por inovações em inteligência artificial (IA). O banco observou que, ao contrário do passado, quando o risco das tarifas de Donald Trump pesava sobre a economia chinesa, agora a China apresenta um cenário mais promissor, com avanços importantes em IA.

Além dos avanços da DeepSeek, que provocaram mudanças nas estruturas de IA do Ocidente, o Citi chamou atenção para os lançamentos de plataformas de IA pela Tencent (IA Hunyuan) e Alibaba (QwQ-32B). O banco também mencionou o crescente apoio do presidente Xi Jinping ao setor de tecnologia, destacando a importância estratégica de a China competir com os EUA em pé de igualdade nesse campo, especialmente diante da atual conjuntura geopolítica.