Numa reta final marcada pela radicalização do discurso, Jair Bolsonaro(PSL) derrotou Fernando Haddad(PT) e foi eleito presidente da República com 55% dos votos válidos.

Com 57 milhões de votos, ante um pouco mais de 47 milhões de votos do candidato petista, Bolsonaro é eleito o 38º presidente da República Federativa do Brasil, inserindo o País no clube majoritário de nações com presidentes de direita eleitos pelo voto popular, em uma América Latina assolada por crise econômica e violência do narcotráfico.

Chile(Piñera), Colômbia(Duque), Paraguai(Benitez),Peru(Humala), Argentina(Macri) e Equador(Moreno) são governados hoje por coalizões de centro-direita. O México(Obrador) é a maior exceção do continente, seguido pro Bolívia(Morales), Venezuela(Maduro), e Nicarágua(Ortega), que ainda mantém governos de coalizões liderados pela esquerda.

A vitória de Bolsonaro leva o continente a espelhar, ao sul, a vitória eleitoral de Donald Trump, nos Estados Unidos e a compor com o Reino Unido(May), Hungria (Orbán), Áustria(Kurz), e Polônia(Morawiecki), a mancha da direita mundial.

Em seu primeiro discurso após os resultados, o ex-capitão do Exército afirmou que, “como defensor da liberdade”, vai conduzir “um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita as leis; elas são para todos”. E acrescentou: “Porque assim será nosso governo: constitucional e democrático”.

Deputado federal pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro predominou em 16 estados, concentrados principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde assegurou ampla maioria, com percentuais que variaram entre 55% e 70%. A votação mais expressiva do postulante foi no Acre: 77%.

No Ceará, Haddad amealhou 71% dos votos contra 28% do adversário. No total, foram 3.407.454 sufrágios, 200 mil a menos do que a soma dos votos de ex-ministro da Educação e Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno no Estado.  

Agora, os holofotes se voltam para a montagem dos ministérios e para a eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado. Quanto aos desafios que Bolsonaro encontrará pela frente, estão saúde, educação e segurança, além da criação de empregos, ajuste fiscal, e aprovação das reformas.

Jair Bolsonaro

Foto: AE