As empresas do grupo têm 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação judicial

A Justiça do Ceará autorizou, na última segunda-feira (17), o pedido de recuperação judicial das empresas do grupo Ducoco, líder no mercado de água de coco envasada e outros derivados da fruta. A decisão, de caráter urgente, permite que a companhia continue suas operações normalmente durante o processo.

Com a medida, as empresas do grupo têm 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação judicial, com estratégias para renegociar dívidas e reestruturar suas operações. A Ducoco enfrenta uma dívida estimada em R$ 670 milhões.

No pedido, a empresa explicou que desde 2023 o crédito disponível se tornou insuficiente, o que a levou a emitir novas dívidas em busca de capital. No entanto, a situação se agravou quando um dos fundos de investimento informou que os títulos de crédito da Ducoco seriam classificados como perda, o que prejudicou seu fluxo de caixa e impediu a continuidade das operações de cessão de títulos.

A elevação dos custos dos insumos e a alta na taxa básica de juros também impactaram negativamente as finanças da companhia. A Ducoco afirmou que os novos títulos de dívida emitidos não foram suficientes para fomentar suas atividades, sendo utilizados para o pagamento de dívidas anteriores.

Com a recuperação judicial, as ações de cobrança e execuções contra o grupo ficam suspensas, permitindo que a empresa se concentre na elaboração do plano de reestruturação. O escritório Andre Cruz Sociedade Individual de Advocacia foi nomeado como Administrador Judicial e terá a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento do plano e garantir a transparência do processo.

A decisão judicial representa uma oportunidade para a Ducoco se reestruturar financeiramente e tentar retomar sua operação de forma sustentável.