alíquotas diferentes
Confederações empresariais lançam manifesto sobre reforma tributária
Por Redação - Em 18/04/2023 às 3:19 PM
Responsáveis pela geração de 41,7 milhões de empregos no Brasil, os setores de agropecuária, transporte, saúde, cooperativas e comércio de bens, serviços e turismo, por meio das suas respectivas confederações, lançaram, nesta terça-feira (18), um manifesto sobre alguns pontos das propostas de reforma tributária em discussão no Congresso Nacional (PEC 45/2019 e PEC 110/2019).
“A reforma tributária é fundamental para viabilizar um crescimento econômico mais sólido, a partir de um melhor ambiente de negócios e maior segurança jurídica, mas não faz sentido reduzir a carga sobre bens nacionais e importados para aumentar sobre os alimentos e serviços, que geram tanta riqueza e empregos em todo o país”, diz o manifesto, assinado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e pela Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop).
Os setores defendem que é preciso adotar diferentes alíquotas nos novos tributos que se aproximem das realidades atuais de carga incidentes sobre os respectivos setores, bem como considerar as particularidades dos seus diferentes sistemas de produção. “Isso sim garantiria um crescimento econômico sustentável e distribuído”, afirmam.
“Se prevalecer a ideia de alíquota única para bens e serviços, haverá um pesado aumento de impostos sobre setores estratégicos no Brasil. A reforma acarretará elevação geral nos preços dos alimentos (mais 22% sobre a cesta básica), dos transportes, da habitação, da mensalidade escolar, da saúde (mais 38% sobre medicamentos e 22% sobre planos de saúde), do advogado, do turismo, da ginástica, do lazer, da segurança e de diversos outros serviços”, alertam.
As entidades alertam que a população nacional está concentrada nas classes C, D e E, se a carga tributária de impostos sobre o consumo subir para 25% ou mais, os brasileiros teriam menos acesso aos serviços e alimentos. Haveria um forte aumento da informalidade. “A reforma tributária destruiria parte importante do setor produtivo existente”, afirmam.
“O emprego sofreria fortes reflexos negativos. Setores de serviços são os mais intensivos em mão de obra e estão espalhados por cada cidade do Brasil, além de ter maior participação feminina e empregar mais a população de baixa renda. Os setores econômicos signatários deste manifesto têm plena convicção de que o Brasil não pode errar na Reforma Tributária e, por isso, defendem que as propostas não podem onerar e prejudicar os diferentes setores econômicos e a população brasileira. É possível e necessário buscar consensos para avanços verdadeiros”, finalizam.