O avanço foi impulsionado pelo aumento de 0,1 ponto tanto no Índice de Situação Atual FOTO: CNI/José Paulo Lacerda

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 0,1 ponto na passagem de fevereiro para março, alcançando 98,4 pontos, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora o índice tenha registrado um pequeno crescimento, na média móvel trimestral, houve uma queda de 0,4 ponto, mantendo o indicador também em 98,4 pontos.

O avanço foi impulsionado pelo aumento de 0,1 ponto tanto no Índice de Situação Atual (ISA), que chegou a 100,5 pontos, quanto no Índice de Expectativas (IE), que também registrou alta de 0,1 ponto, atingindo 96,4 pontos. Esses resultados, no entanto, não indicam uma mudança drástica no cenário da indústria, que segue marcada pela cautela.

Segundo Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), a confiança do setor industrial permanece estável pelo segundo mês consecutivo, refletindo o cenário de cautela dos empresários em relação à situação atual dos negócios. “Apesar da piora na ponta, os estoques continuam em níveis satisfatórios”, afirma Pacini, destacando que os empresários ainda mantêm um olhar atento para os desafios à frente.

Em relação às expectativas para os próximos meses, o economista aponta que o pessimismo ainda persiste, especialmente nos segmentos voltados para bens intermediários. Pacini observa também que, no cenário macroeconômico, a combinação da Selic elevada, voltada para o controle da inflação, e a expectativa de desaceleração econômica podem impactar negativamente o desempenho da indústria em 2025.

Outro dado relevante do mês foi o aumento de 0,6 ponto porcentual no Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci), que passou de 80,9% para 81,5% em março. Esse aumento sugere uma ligeira melhoria no ritmo de produção, mas sem mudanças substanciais nas perspectivas de crescimento no setor.