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Confiança da indústria no Brasil apresenta leve queda em fevereiro, refletindo cautela no setor

Por Redação - Em 26/02/2025 às 11:25 AM

Cni Produção Industrial Soldador Foto Cni

A queda foi mais acentuada no Índice de Situação Atual, que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente do setor FOTO: CNI

A confiança da indústria brasileira recuou levemente em fevereiro, mantendo o cenário de cautela entre os empresários quanto à situação atual dos negócios. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,1 ponto no mês, registrando 98,3 pontos, na comparação com janeiro.

A queda foi mais acentuada no Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente do setor. O indicador recuou 0,5 ponto, indo para 100,4 pontos, refletindo um cenário de apreensão sobre a atual condição dos negócios no setor industrial.

Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE), que avalia a visão dos empresários sobre os próximos meses, mostrou um leve avanço de 0,4 ponto, subindo para 96,3 pontos. Essa alta indica uma perspectiva um pouco mais otimista para o curto prazo, especialmente em relação à produção e contratações. Contudo, no horizonte de seis meses, a visão dos empresários permanece pessimista, com uma expectativa de desaceleração econômica ampla entre os segmentos da indústria.

O economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, explicou que “as expectativas de curto prazo, de produção e contratação, avançam no mês, compensando parte do resultado negativo de janeiro. No entanto, em um cenário de longo prazo, o sentimento dos empresários é de pessimismo, refletindo um cenário macroeconômico de taxa de juros em alta e câmbio desvalorizado, o que pode tornar 2025 um ano desafiador para o setor industrial.”

A taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25% ao ano, está prevista para subir mais 1 ponto percentual em março, o que mantém os empresários em alerta. Apesar desse cenário, Pacini destacou que os estoques seguem em níveis satisfatórios, com uma leve melhora na percepção sobre a demanda.

No âmbito dos quesitos que compõem o Índice de Situação Atual, a maior piora foi observada na situação atual dos negócios, que recuou 2,9 pontos, indo para 96,1 pontos, marcando a quarta queda consecutiva desse indicador. Em contrapartida, o nível de estoques avançou 0,9 ponto, alcançando 95,3 pontos, o melhor resultado desde fevereiro de 2022, quando estava em 89,9 pontos. A FGV observa que, quando esse indicador supera os 100 pontos, significa que a indústria está operando com estoques acima do desejável.

Esses dados mostram que, embora haja uma leve melhora na percepção sobre a demanda e os estoques, o setor industrial ainda enfrenta desafios devido ao cenário econômico instável, com altas taxas de juros e expectativas de desaceleração econômica.

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