A Sondagem do Consumidor revela um cenário misto, onde as expectativas futuras permanecem otimistas, mesmo diante da percepção atual mais frágil sobre as finanças pessoais FOTO: Freepik

A confiança do consumidor no Brasil registrou um avanço de 0,5 ponto em setembro, alcançando 93,7 pontos, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Este é o quarto mês consecutivo de crescimento no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que também apresentou um aumento de 0,9 ponto em médias móveis trimestrais.

Segundo a economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Anna Carolina Gouveia, a confiança tem se elevado gradualmente desde junho, impulsionada principalmente por expectativas positivas para os próximos meses. No entanto, a percepção sobre a situação atual piorou ligeiramente, refletindo uma deterioração no indicador de situação financeira das famílias. “A resiliência da atividade doméstica sustenta a alta na confiança, mas a recuperação é lenta devido à fragilidade percebida nas finanças pessoais”, destacou.

Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 0,2 ponto, para 81,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,8 ponto, chegando a 102,2 pontos, marcando a quarta alta consecutiva. O componente que mede o ímpeto de compras de bens duráveis teve a maior contribuição para a melhora da confiança, com um aumento de 2,3 pontos, totalizando 90,1 pontos, o maior nível desde fevereiro.

A avaliação das finanças pessoais das famílias, por outro lado, caiu 0,8 ponto, para 69,9 pontos. Em contrapartida, a percepção sobre a economia local subiu 0,4 ponto, alcançando 93,8 pontos. A confiança variou entre as diferentes faixas de renda: as famílias com renda de até R$ 2.100 tiveram um aumento na confiança, passando de 92,2 para 94,9 pontos. Já as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800 apresentaram uma queda, de 90,2 para 88,2 pontos.

A Sondagem do Consumidor, que coletou entrevistas entre 1º e 20 de setembro, revela um cenário misto, onde as expectativas futuras permanecem otimistas, mesmo diante da percepção atual mais frágil sobre as finanças pessoais.