O ICE é composto pelos dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,3 ponto em agosto em relação a julho, alcançando 97,9 pontos, o maior nível desde setembro de 2022, conforme informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. Este avanço marca a continuidade de uma tendência positiva, com o índice acumulando uma alta de 4,3 pontos ao longo de seis meses consecutivos de crescimento.

Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), comentou sobre os resultados, destacando que o aumento gradual da confiança empresarial em 2024 reflete um ambiente de crescimento mais robusto nos segmentos cíclicos da economia, em comparação ao ano anterior. “Destaca-se a Indústria de Transformação, que tem mostrado sinais claros de aquecimento, como baixos níveis de estoques e alta utilização da capacidade instalada. O avanço do Índice da Situação Atual sugere que o nível de atividade permanece favorável no terceiro trimestre”, afirmou Campelo. No entanto, ele observou que, apesar desses sinais positivos, ainda há um baixo nível de confiança no Comércio e uma ligeira queda no Índice de Expectativas Empresariais.

O ICE é composto pelos dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção, e seu cálculo considera os pesos proporcionais à participação econômica de cada setor, com base nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O objetivo é proporcionar uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) registrou um aumento de 0,7 ponto em agosto, subindo para 98,7 pontos, o maior nível desde dezembro de 2013. Em contraste, o Índice de Expectativas (IE-E) teve uma leve queda de 0,1 ponto, para 97,1 pontos, após cinco meses de crescimento contínuo.

Entre as expectativas, houve uma diminuição na percepção sobre a demanda nos próximos três meses, que caiu 0,2 ponto para 95,3 pontos. A tendência dos negócios para os próximos seis meses também registrou uma leve queda de 0,1 ponto, para 98,9 pontos. Por outro lado, a percepção sobre a demanda atual subiu 0,4 ponto, atingindo 98,9 pontos, e a avaliação sobre a situação atual dos negócios aumentou 1,0 ponto, para 98,6 pontos.

No que diz respeito aos setores, a confiança dos serviços cresceu 0,4 ponto para 94,6 pontos, enquanto a do comércio recuou 1,8 ponto, para 89,1 pontos. A confiança na indústria permaneceu estável em 101,7 pontos, e a da construção aumentou 0,2 ponto, para 97,5 pontos. Em agosto, a confiança avançou em 47% dos 49 segmentos do ICE. No entanto, a FGV observou uma diminuição na difusão de alta, especialmente no Comércio, onde todos os segmentos apresentaram queda no mês.

A coleta de dados para o Índice de Confiança Empresarial foi realizada entre 1º e 26 de agosto, reunindo informações de 3.707 empresas dos quatro setores investigados.