DIZ FGV

Confiança empresarial cai em novembro, mas perspectivas para o futuro ainda são mistas

Por Redação - Em 02/12/2024 às 9:37 AM

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Apesar da queda geral do índice, o Índice de Situação Atual Empresarial subiu 0,1 ponto em novembro, alcançando 98,7 pontos FOTO: Freepik

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em novembro, atingindo 97,4 pontos, conforme divulgado nesta segunda-feira (2) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Essa queda reflete um cenário de expectativas mais pessimistas entre os empresários, embora a avaliação sobre o momento atual da economia tenha mostrado uma leve melhora. Em termos de médias móveis trimestrais, o ICE apresentou uma retração de 0,3 ponto no mês passado.

De acordo com a FGV, o resultado evidencia uma economia que, apesar de ainda apresentar um nível de atividade relativamente forte, está sendo impactada pela piora das expectativas para os próximos meses. Fatores como a elevação das taxas de juros internas e o aumento da incerteza fiscal são apontados como os principais elementos que influenciam esse enfraquecimento do otimismo entre os empresários.

A FGV ressalta que os dados apresentados foram coletados antes do anúncio do pacote fiscal do governo em 27 de novembro, o que pode alterar o cenário para os próximos meses. No entanto, um dado preocupante é a terceira queda consecutiva no indicador de otimismo das empresas em relação aos negócios nos próximos seis meses. Apesar disso, o indicador de ímpeto de contratações se manteve estável, o que pode indicar que o mercado de trabalho ainda apresenta sinais de resiliência.

A pesquisa que originou o ICE envolve sondagens nos setores de Indústria, Comércio, Serviços e Construção, e considera os pesos proporcionais desses setores na economia brasileira. O objetivo do índice é oferecer uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica no país.

Componente de situação atual apresenta alta

Apesar da queda geral do índice, o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,1 ponto em novembro, alcançando 98,7 pontos, o maior nível desde setembro de 2022. Já o Índice de Expectativas (IE-E) sofreu uma queda mais acentuada, de 1,0 ponto, caindo para 96,2 pontos.

Entre os itens de expectativas, o maior destaque foi o indicador que mede as perspectivas sobre os negócios nos próximos seis meses, que caiu 1,8 ponto, indo para 97,4 pontos. Já as expectativas para a demanda mostraram uma ligeira redução, de 0,1 ponto, para 95,1 pontos.

Setores divergentes

A confiança empresarial variou consideravelmente entre os setores. O setor de serviços registrou uma queda de 0,3 ponto, indo para 94,9 pontos. No comércio, no entanto, a confiança teve um aumento significativo de 3,7 pontos, atingindo 92,7 pontos. Na indústria, o índice caiu 1,3 ponto, para 98,6 pontos, e na construção, a queda foi de 1,5 ponto, para 95,7 pontos.

Apesar das quedas em alguns setores, a confiança aumentou em 31% dos 49 segmentos integrantes do ICE, o que indica que uma parte do empresariado ainda apresenta otimismo em relação ao futuro imediato.

Metodologia e perspectivas

O Índice de Confiança Empresarial é baseado em informações coletadas de 3.674 empresas entre 4 e 25 de novembro, e leva em consideração os dados estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A FGV destaca que o ICE busca oferecer uma avaliação mais detalhada sobre o ritmo da atividade econômica, ajudando a traçar as perspectivas para os próximos meses.

O cenário atual, embora apresente sinais de fragilidade nas expectativas futuras, mostra que a economia ainda mantém uma relativa força, com alguns setores, como o comércio, demonstrando um desempenho mais robusto. A situação fiscal e as decisões sobre a taxa de juros serão determinantes para o comportamento da confiança empresarial nos próximos meses, especialmente no início de 2025.

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