O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5), por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, fazendo com que a Selic chegasse a 3,50% ao ano. Este foi o segundo aumento consecutivo promovido pelo Copom e, de acordo com especialistas, não deve ser o último.

Copom do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em o,75 p.p.                Foto: Divulgação

O cenário desafiador provocado pela pandemia do novo coronavírus, aliado a uma alta generalizada dos preços, tem feito com que os analistas de mercado já estejam projetando a Selic na faixa dos 5,50% ao final deste ano, chegando a 6,25% no fim do ano que vem.

“Em linhas gerais, o BC mostrou-se austero com o avanço da inflação e a perspectiva de que isso continue assim, mas manteve a sinalização de normalização parcial do juro, o que significa que não deverá elevar para além do seu patamar neutro, hoje estimado pela autoridade entre 6,0% e 6,5%, mantendo algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica”, disse Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Após um período de sucessivas elevações, quando chegou a 14,25% a.a entre julho de 2015 e outubro de 2016. Na sequência, iniciou um período de baixas consecutivas, até chegar a 2% anuais em agosto do ano passado, representando o menor nível da série histórica do Banco Central.

A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação oficial, medida pelo IPCA. E a sua elevação acaba tornando o acesso ao crédito mais caro, o que deverá dificultar a retomada econômica em todo o Brasil, tão fortemente atingida pela pandemia de Covid-19.