CONSTRUÇÃO CIVIL

Custo de imóveis no Brasil deve aumentar, alerta Cbic

Por Redação - Em 29/10/2024 às 12:17 AM

Crédito Imobiliário, Habitação, Financiamento Imobiliário Foto Freepik

O Índice Nacional de Custo da Construção já subiu 5,48% nos últimos 12 meses, superando a inflação oficial, que foi de 4,42% no mesmo período FOTO: Freepik

Quem planeja comprar um imóvel novo nos próximos meses pode enfrentar preços mais altos. Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), confirmou que a escalada nos custos das obras resultará em repasses de preço para os consumidores. Em entrevista, ele ressaltou: “As empresas têm que preservar as margens de lucro, e isso se refletirá nos valores dos imóveis.”

De acordo com a economista da Cbic, Ieda Vasconcelos, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) já subiu 5,48% nos últimos 12 meses, superando a inflação oficial, que foi de 4,42% no mesmo período. “O custo de construção está acima da inflação do país”, destacou.

A demanda por mão de obra qualificada está aquecida, mas a escassez de trabalhadores está elevando os salários, contribuindo para um aumento de 7,7% na componente ‘mão de obra’ do INCC. Além disso, os custos dos materiais de construção também estão em alta, revertendo uma tendência de deflação observada anteriormente. Desde março, esses custos aumentaram 3,89%.

Correia alertou sobre as dificuldades enfrentadas por incorporadoras na hora de direcionar clientes para financiamentos bancários na entrega das chaves, situação agravada pela alta dos juros e a escassez de recursos. Ele reforçou o pedido para que o Banco Central (BC) libere depósitos compulsórios dos bancos para crédito imobiliário, uma medida que, segundo ele, poderia aliviar a situação até que as condições melhorem.

Os últimos anos foram marcados por uma diminuição nos recursos das cadernetas de poupança, que tradicionalmente fornecem crédito a taxas mais baixas. Em resposta, os bancos estão se voltando para fontes de financiamento mais caras, geralmente atreladas ao CDI, o que eleva ainda mais o custo do crédito imobiliário e inibe lançamentos e vendas.

Diante desse cenário, as perspectivas para o setor da construção civil permanecem desafiadoras, conforme Correia e Vasconcelos ressaltam, indicando uma “tempestade perfeita” de fatores adversos.

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