APONTA CNI

Custos da indústria sobem e ficam 30% acima do período pré-pandemia

Por Redação - Em 31/03/2024 às 11:20 PM

Cni Produção Industrial Soldador Foto Cni

Os custos tributários aumentaram 10,3% na comparação do quarto trimestre de 2023 com o anterior FOTO: CNI

O Indicador de Custos Industriais (ICI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), interrompeu a sequência de cinco quedas e apresentou alta de 4% no quarto trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior, acima do Índice de Preços do Produtor (IPP), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o aumento registrado, os custos industriais estão 30,1% acima do patamar pré-pandemia. O indicador mede os gastos do setor industrial com a produção (o que inclui energia, pessoal e insumos), com o capital e com o custo tributário.

Os custos tributários aumentaram 10,3% na comparação do quarto trimestre de 2023 com o anterior, o custo de produção aumentou 3,9% e o custo com capital caiu 5,6%, mas esta queda não foi suficiente para reverter a alta dos demais componentes do índice.

De acordo com a economista da CNI Paula Verlangeiro, a elevação dos custos industriais acima do IPP, que mede os preços das mercadorias vendidas pela indústria de transformação, mostra um recuo do índice de lucratividade da indústria brasileira de 2,4% no quarto trimestre de 2023. “Esse movimento ocorreu dado que a alta de preços das mercadorias vendidas pela indústria de transformação, de 1,5%, foi menor que o aumento de custos industriais, de 4%”, segundo a economista.

No custo de produção, os três componentes apresentaram alta na passagem do terceiro para o quarto trimestre. O primeiro deles, custo com pessoal, foi o que mais contribuiu para o crescimento do índice, ao subir 13,1% no trimestre. “O aumento do custo com pessoal foi influenciado pela alta da massa salarial. Embora seja um movimento sazonal, típico do quarto trimestre do ano, este foi o terceiro aumento consecutivo da massa salarial, que pode ser explicado pelo mercado de trabalho aquecido”, avalia a economista da CNI, Paula Verlangeiro.

O custo com bens intermediários subiu 1,7%, devido ao aumento de 2,3% do custo com bens intermediários nacionais, uma vez que o custo com insumos importados registrou queda de 1,9%. Além disso, o custo com energia registrou alta de 3%, em razão do crescimento das despesas com energia elétrica, óleo combustível e gás natural, na comparação entre os dois últimos trimestres de 2023.

Com esses movimentos, o custo com produção ficou 46,6% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, na comparação com o primeiro trimestre de 2020.

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