Um levantamento realizado pela NTC&Logística revelou que a demanda por transporte rodoviário de cargas no Brasil está se recuperando e já superou os níveis verificados no início de março, quando os impactos mais fortes da pandemia de coronavírus começaram a ser sentidos no País.

Demanda por caminhões para transportar cargas teve alta significativa                 Foto: Divulgação

Segundo a pesquisa, a demanda terminou a última semana de novembro com variação negativa de 24,83% em relação aos níveis pré-pandemia, melhorando 2,4 pontos percentuais na comparação semanal e superando a marca da semana de 16 a 23 de março, quando havia uma queda de 26,1%.

“Aqui no Ceará também registramos um bom desempenho, pois já temos dificuldade para encontrar caminhões que possam trazer mercadorias de São Paulo para cá. Além disso, as fábricas não estão suprindo à demanda de entregas de veículos novos, solicitados pelas transportadoras. E também não estamos conseguindo motoristas autônomos”, explicou o presidente do Setcarce e da Fetranslog Nordeste, Clóvis Bezerra.

Esta alta demanda geralmente acontece no período do B-R-O-Bró, que começa em setembro mas intensificou-se ainda mais final de outubro e todo o mês de novembro. “Tanto que já estamos com uma elevação em torno de 20%, devido às compras de final de ano. E estamos percebendo uma expansão bem maior que no ano passado”, ressaltou.

Esse é o melhor resultado desde o início das sondagens, justamente em meados de março, além de representar a quarta semana consecutiva de avanço no índice – que, durante as medidas de isolamento para contenção da Covid-19, registrou recuo de 45,2% em meados de abril.

Segundo o técnico responsável pela pesquisa, Lauro Valdivia, a recuperação foi puxada pelas cargas fracionadas, que contêm pequenos volumes, impulsionadas pela flexibilização das medidas de isolamento social e reabertura do comércio em todo o território nacional.