Novos voos
Dono da CVPar, Cláudio Vale vai abrir um banco digital
Por Pompeu - Última Atualização 21 de setembro de 2020
O jovem advogado e empresário cearense Cláudio Vale, com 44 anos, deixou o Ceará aos 34 anos para criar seu próprio FDIC na capital paulista. Convincente e motivador, ele também contou, para seu sucesso, com a simpatia do circuito da Faria Lima, o principal corredor financeiro do Brasil, ganhando o respeito de grandes banqueiros do País. Agora, CV quer tornar-se um deles, criando o Banco CVPar digital.
A história de Cláudio Vale nos mostra o quanto é importante perseverar e não desistir de seus sonhos. Há quase 20 anos no mercado financeiro, desde que abriu uma factoring, em janeiro de 2002, o empresário com o intuito de expandir os negócios na região Sudeste, transferiu, em 2011, a sede da empresa para São Paulo.
“A operação e a relação com nossos clientes do Nordeste sempre será tratada de forma diferenciada, nosso relacionamento com os executivos das empresas da região é muito próximo e de longa data”, garante Cláudio. E completa: “Na realidade, a decisão de ir para São Paulo acabou fortalecendo ainda mais nosso relacionamento com os clientes, além de possibilitar o aumento do nosso Market Share no Ceará, em decorrência do acesso que tivemos ao mercado de capitais com o aumento da nossa base de investidores”.
Atualmente, a CVPar possui um AUM (Assets Under Management) de R$ 1 bilhão de reais, distribuídos em oito Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FDIC), Imobiliários (FII) e multimercados (FIM). Por esses dados, fica nítida a grandeza dos números e, principalmente, a seriedade com que o trabalho vem sendo desenvolvido pelo fundador da CVPar Finanças.
“Nos orgulhamos em ser uma empresa originada no Nordeste, que compreende com clareza a necessidade do empresário local, atendendo as demandas de forma rápida, com seriedade, onde já operamos mais de R$ 5 bilhões de reais”, ressalta o empresário. Hoje, a sede da empresa está situada no imponente Edifício Pátio Malzoni, no número 3477 da Avenida Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi, em São Paulo. A CVPar conta com 70 funcionários distribuídos nas regionais de Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo.
Recebíveis e investimentos após reabertura de mercado
A CVPar trabalha com recebíveis, entretanto, hoje, por conta da atual pandemia ocasionada pelo Covid-19, a maioria das empresas está parada. Dessa forma, Cláudio afirma que eles vêm mantendo ainda mais proximidade com os clientes, procurando fornecer todo o suporte necessário que a situação exige. Fato esse, responsável pela excelente performance da carteira da CVPar, gerando impactos negativos mínimos na operação.
Outro ponto para o qual o empresário chama atenção são os investimentos logo após a reabertura dos mercados. Segundo ele, as operações de crédito dos FIDC`s sairão ainda mais fortalecidas dessa crise. “Quando olhamos para 2008, onde todas as classes de fundos da indústria brasileira encolheram de tamanho, seja por saques ou desvalorização dos ativos, os FIDC’s aumentaram seu patrimônio líquido em 36,4%. Em momentos de crise, os grandes bancos restringem ainda mais o acesso ao crédito, deixando os FIDC’s nadarem de braçada”, assevera.
Na diversidade de negócios que administra, Vale destaca a EZZE SEGUROS, seguradora onde é sócio fundador. Conforme revela, foi das suas empresas, a com melhores resultados, devido ao aumento expressivo em sua demanda por seguros garantia.
“Na ponta negativa, acredito que o setor imobiliário e o acionário com companhias ligadas, principalmente, às áreas de turismo, aéreo e hoteleiro, serão os mais prejudicados e demorarão um pouco mais para retomarem”, pontua. Ao ser questionado sobre como analisa o investimento em pequenas e grandes empresas e quais os segmentos mais seguros e promissores, Cláudio explica que, dado o cenário de incerteza, preferiram operar, nesse primeiro momento, com empresas ligadas a setores essenciais, como o farmacêutico, de alimentos, químico, logístico e de tecnologia, sendo esse último, ou ligado a ele, a seu ver, o mais promissor.
Setor de investimentos e perfil do investidor na pandemia
Cláudio Vale nos conta que o novo COVID-19 gerou uma crise inédita e mais rápida da história, com efeitos ainda incertos. Em sua avaliação, o momento atual exige cautela. Muitas oportunidades de investimentos estão surgindo, Preço/Lucro (P/L) histórico das empresas listadas na B3 voltaram ao patamar de 2009, contudo, qualquer tomada de decisão nesse momento precisa ser muito bem avaliada, comprar uma ação na bolsa porque a mesma caiu 50%, por exemplo, pode parecer uma boa oportunidade, mas não tem nada barato que não possa ficar ainda mais “barato”. É, preciso analisar os fundamentos de cada empresa. Sobre o perfil do investidor, geralmente em momentos de crise existe uma fuga de capital para investimentos mais seguros.
“Entretanto, curiosamente, tivemos o ingresso de 700 mil novos investidores na bolsa de valores em 2020, motivado, a meu ver, por dois pontos: expectativa de uma recuperação rápida da economia e os cortes históricos da taxa Selic, fazendo com que os investimentos de renda fixa atrelados ao CDI sofressem uma significativa redução de seus retornos e levando os investidores a buscar novas formas de investimentos, tomando mais riscos”, afirma.
Planos de expansão da CVPar
A CVPAR surgiu e consolidou-se no setor de crédito, financiando empresas de diversos segmentos e tamanhos, localizadas, preponderantemente, no Nordeste. No entanto, Cláudio, juntamente com sua equipe técnica, sempre analisou outros tipos de negócios, tais como o imobiliário que, em muitos casos, surge com o crédito, gerando assim, uma sinergia entre produtos.
“Em 2011, quando cheguei em São Paulo e tive acesso ao mercado de capitais com mais proximidade, vislumbrei o mar de possibilidades e novos negócios em que poderia ter acesso. Em 2017, criei a minha própria gestora de recursos, a Valer Investimentos, a qual me possibilitou gerir meus Fundos de Investimentos sem a necessidade da terceirização desse serviço”, orgulha-se.
Com isso, o empresário pôde garantir um aumento considerável na qualidade do serviço e o acesso a novos veículos de investimentos, como Fundos de Investimentos Imobiliários, Fundos Multimercados com posição no mercado acionário, emissões e estruturações de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários). “Ainda em 2017, junto ao meu sócio Ivo Machado, criamos a CVI Corretora de seguros, entretanto, meu objetivo com essa corretora era conhecer o mercado de seguros, para depois dar um salto maior em direção a uma Seguradora, o que de fato ocorreu em outubro de 2019, nascendo assim a EZZE SEGUROS. Para os próximos anos, continuaremos expandindo nosso portfólio com novas linhas de produtos voltado ao crédito, imobiliário e seguros”, avalia.
Projetos futuros
Cláudio Vale nos diz que pensar em novos projetos que demandem investimentos, dado o cenário atual, sem dúvida, nunca foi tão desafiador. Empreender no Brasil, conforme diz, nunca foi tarefa fácil e o momento atual requer ainda mais maestria e assertividade por parte do empresário.
“Precisamos fazer desse limão uma limonada e acredito que o pós-pandemia modificará os hábitos das pessoas e das empresas de forma permanente. O mundo como conhecemos não será mais o mesmo, o jeito como os indivíduos se relacionam será cada vez mais à distância e o home office que já vinha ganhando espaço dentro das empresas, agora, possivelmente, será um novo padrão; o e-commerce ganhará ainda mais protagonismo e, cada vez mais, veremos pessoas fazendo tudo de dentro de suas casas”, projeta.
Partindo de todo esse cenário, o empresário revela que esforços e investimentos serão canalizados ainda mais em tecnologia, ofertando aos clientes soluções financeiras de forma digital. “Estamos trabalhando no Banco CVPAR que será uma plataforma digital onde ofereceremos empréstimos, seguros, pagamentos, investimentos e diversos produtos, tudo isso, de maneira fácil e rápida, na palma da mão e com um único clique”, adianta.