RETOMADA
Élcio Batista afirma que flexibilização econômica depende da situação da saúde
Por Marcelo - Em 14/05/2020 às 2:15 PM
O LIDE Live Ceará realizado nesta quinta-feira (14) com o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Ceará, Élcio Batista, e a ex-secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, demonstrou que os critérios de flexibilização de atividades econômicas serão baseados nas informações da saúde, como número de casos, disponibilidade de leitos – principalmente de UTI –, e número de óbitos.
Élcio ressaltou que na próxima segunda-feira haverá uma reunião importante para definir muitas questões. “Apresentaremos os estudos ao governador, para decidirmos como vamos fazer na próxima semana. O plano de retomada será composto por quatro ciclos, para evitar que a indústria volte a produzir, mas não tenha para quem vender”, disse.
O retorno das atividades será baseado em baixos riscos sanitários, além da avaliação de aspectos econômicos e sociais. O trabalho do Governo do Ceará está sendo feito para encontrar o melhor equilíbrio do ponto de vista técnico, para estas duas questões.
“Temos de juntar nossa cultura, nossas raízes e trabalharmos juntos para superar este momento. O governador Camilo Santana é uma pessoa que tem liderança e busca, por meio do diálogo, encontrar soluções. Isso é muito positivo”, salientou o chefe da Casa Civil.
O evento virtual foi conduzido pela presidente do LIDE Ceará, Emília Buarque, e contou com a participação de dezenas de empresários. Questionado pelo empresário Deusmar Queirós, sobre a previsibilidade de retorno a um novo normal, uma vez que não está conseguindo enxergar nos governantes algo que alimente o otimismo das pessoas.
Élcio lembrou, ainda, que Paul Romer, ex-economista chefe do Banco Mundial, está ajudando o governo norte-americano a traçar suas estratégias para controlar o vírus. “Para isso ocorrer, a gente precisa testar e testar muito, para que as pessoas tenham confiança. Ele diz que nos EUA seriam US$ 10,00 por teste por pessoa, que corresponderia a US$ 100 bilhões. Aqui no Ceará seriam necessários mais de R$ 11 bilhões por um ano, o que o Estado não tem”.
Com relação a uma vacina contra o coronavírus, destacou que isso deve demandar cerca de um ano e meio, pois além de desenvolver uma, os países ainda terão de produzir cerca de 5 bilhões de unidades para atender praticamente a toda a população mundial.
Ana Paula disse que se não forem obtidos um percentual de 55% de isolamento social e utilização de leitos de UTI abaixo de 60%, não é possível se pensar em flexibilização das atividades e de liberação do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras.
Já Élcio Batista lembrou que no Ceará tem cerca de 500 mil pessoas que atuam em atividades suspensas e cerca de 900 mil em atividades liberadas. Entretanto, a situação atual limita a capacidade de atuação de diversos setores.
“Mas todas as empresas do comércio podem atuar por meio do e-commerce e com entregas por delivery. Isso o Governo não está impedindo. Acontece que algumas atividades pararam porque as pessoas estão pensando em se proteger, como o turismo por exemplo. Ninguém está pensando em viajar para a Itália ou São Paulo, numa pandemia dessas”, salientou Élcio Batista.