Cerca de 71% das novas vagas foram ocupadas por jovens entre 18 e 29 anos, o que evidencia a importância do setor industrial na geração de oportunidades para essa faixa etária FOTO: Agência Brasil

O setor industrial brasileiro está vivendo um momento de forte recuperação, com um impressionante crescimento de 82,5% no número de empregos gerados entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criados 343.924 novos postos de trabalho, um salto em relação aos 188.427 registrados em 2023. No Nordeste, a região se destacou com um saldo positivo de 21.706 empregos, liderando a recuperação regional.

Desse total nacional, 71% das novas vagas foram ocupadas por jovens entre 18 e 29 anos, o que evidencia a importância do setor industrial na geração de oportunidades para essa faixa etária. Após o Nordeste, o Sudeste teve um saldo de 20.026 empregos, seguido pelo Sul com 4.996, Centro-Oeste com 2.565 e Norte com 2.342.

Entre os estados, São Paulo se destacou na criação de vagas, com 9.469 novas oportunidades, seguido por Minas Gerais (6.689), Pernambuco (6.498) e Alagoas (4.166). Dos 10 estados que mais abriram vagas, cinco estão no Nordeste, três no Sudeste e dois no Sul. Somente em agosto, a indústria criou 51.634 empregos, dos quais 50.915 (ou 98%) vieram da indústria de transformação.

Os setores que mais contrataram em agosto foram Alimentação, com 18.455 novos postos, Automotivo (3.846), Borracha e Plástico (2.898), Couro e Calçados (2.808), Derivados de Petróleo (2.762) e Móveis (2.706).

O crescimento da indústria também é impulsionado por programas e ações governamentais que fomentam investimentos privados. Entre esses, destacam-se o Mover (automotivo), a Depreciação Acelerada, a retomada do Reiq (Indústria Química) e a Lei de TICs, voltada para semicondutores e eletroeletrônicos. Além disso, a Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro, disponibilizou R$ 342 bilhões em créditos e subvenções para projetos de inovação e sustentabilidade.

Como resultado dessas iniciativas, o setor produtivo já anunciou planos de investimentos que superam meio trilhão de reais para os próximos anos. Os setores automotivo, alimentício, papel e celulose, semicondutores e eletroeletrônicos, siderurgia e complexo industrial da saúde são os que mais se destacam, com investimentos projetados de R$ 130 bilhões, R$ 120 bilhões, R$ 105 bilhões, R$ 100 bilhões e R$ 39,5 bilhões, respectivamente.

Com esse cenário promissor, a expectativa é de que o setor industrial continue a se expandir, gerando mais empregos e contribuindo significativamente para a economia do Brasil e do Nordeste.