TELECOMUNICAÇÕES
Ericsson celebra 100 anos no Brasil e lança nova empresa focada em redes privativas
Por Redação - Em 14/10/2024 às 11:20 AM
A Ericsson, multinacional sueca que recentemente completou um século de operação no Brasil, anunciou a criação de uma nova empresa em 2025, dedicada a produtos e serviços de redes privativas. Essa iniciativa representa uma das principais apostas da indústria de telecomunicações para diversificar suas fontes de receita.
O novo negócio será gerido pela Ericsson Enterprise Wireless Solutions (EEWS), uma subsidiária do grupo que já atua em países como Estados Unidos, México e várias partes da Europa. A EEWS, anteriormente conhecida como Cradlepoint, foi adquirida pela Ericsson em 2020 por US$ 1,1 bilhão.
O presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann, explicou que a nova unidade tem como objetivo desenvolver um modelo de mercado que atenda às demandas específicas das operadoras em projetos que requerem redes personalizadas. “Vamos implementar soluções que satisfaçam as necessidades de setores produtivos”, ressaltou.
As redes privativas oferecem internet sob medida para empresas em áreas como manufatura, logística e agropecuária. Essas redes garantem cobertura em grandes áreas e segurança contra interrupções de sinal, permitindo que as empresas contratem serviços conforme suas exigências.
Com a chegada do 5G, especialistas projetam um crescimento significativo no mercado de redes privativas, uma vez que essa tecnologia proporciona conexões mais rápidas e com menor latência, essenciais para o uso de drones, veículos autônomos e robôs industriais.
A Ericsson já está atuando em projetos de redes privativas no Brasil, como a implementação da rede 5G da Nestlé em Caçapava (SP), realizada em parceria com a Embratel.
Dienstmann destacou que a EEWS permitirá uma abordagem mais focada nesse segmento, contrastando com o modelo tradicional da Ericsson, que se baseia em grandes contratos com operadoras. “O novo negócio terá um número maior de contratos, com valores individuais menores”, afirmou.
Ele também comentou que a empresa buscará ampliar suas oportunidades de negócios em colaboração com operadoras de internet, desenvolvendo soluções específicas para as necessidades dos setores produtivos.
Apesar dos desafios, especialmente em relação à disponibilidade de dispositivos industriais compatíveis com a tecnologia 5G, Dienstmann acredita que o mercado de redes privadas está em ascensão e deve evoluir gradualmente. “Estamos apenas no início desse ciclo global”, concluiu.
No Brasil, empresas como Gerdau, Stellantis e Weg já estão desenvolvendo projetos de 5G em parceria com fornecedores de tecnologia, incluindo Ericsson, Nokia, Huawei, Embratel, IBM e NTT, entre outros.