De janeiro a março deste ano, o Valor Geral de Vendas atingiu R$ 1 bilhão no Ceará, avanço de 113% em relação a igual período de 2022

Dando sinais de recuperação desde o início do arrefecimento da pandemia de covid-19, o setor imobiliário do Ceará segue otimista com as vendas e pode viver um novo “boom” em breve. A previsão é do especialista no setor e diretor da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra. A empresa é responsável pelo Flash Imobiliário, tradicional estudo do mercado que contribui para orientar empresários e compradores.

“O mercado imobiliário cearense vem crescendo vertiginosamente. Esse grande e virtuoso ciclo poderia ter acabado quando do forte aumento da taxa básica de juros, a Selic, ocorrido entre 2021 e 2022, mas não foi o que aconteceu. Muito pelo contrário. O setor fechou o ano passado com forte expansão de 67% em Valor Geral de Vendas (VGV), com R$ 4,8 bilhões em vendas gerais, e 8.826 unidades comercializadas, alta de 5%. E tudo isso com uma Selic de quase 14% ao ano”, destaca Ricardo Bezerra, lembrando que o setor imobiliário é intrinsecamente ligado às taxas de juros dos financiamentos.

Para reforçar sua projeção de novo “boom” para o setor, o diretor da Lopes Immobilis relembra os dados da última edição do Flash Imobiliário, divulgada no final de abril, com o balanço do primeiro trimestre de 2023. Conforme o estudo, de janeiro a março deste ano, o Valor Geral de Vendas atingiu R$ 1 bilhão no Ceará, avanço de 113% em relação a igual período de 2022. No primeiro trimestre, foram comercializadas 2.153, incremento de 28% na mesma base de comparação. “Repito: Isso tudo aconteceu com uma altíssima taxa de juros nacionais de quase 14% ao ano”, diz Ricardo Bezerra.

Diante dos números positivos e da possibilidade de queda da taxa básica de juros, o diretor da Lopes Immobilis acredita que, em breve, o setor imobiliário do Estado ficará ainda amis aquecido.

“Temos visto uma inequívoca tendência de uma queda na taxa Selic em função dos bons números da inflação e de outros indicadores favoráveis. Isso sem contar o verdadeiro clamor da sociedade e do governo para que essa redução aconteça. E tudo indica que vai acontecer. Assim, por óbvio, se o mercado imobiliário teve esse forte crescimento com uma taxa de juros elevada, imagine o que acontecerá com uma redução dessa taxa. Há muita gente investindo em imóveis por sua segurança e pela renda vitalícia que pode oferecer o aluguel. E é notório que muitos desses players ainda mantêm parte de seus recursos no setor financeiro por conta das altas taxas que, atualmente, usufruem. Com efeito, na minha opinião, tão logo esses mesmos investidores percebam a queda, eles correrão para o mercado imobiliário, fazendo com que aconteça o que chamamos de ‘boom’. Baseado em uma experiência de 33 anos nesse setor, reafirmo: creio que estejamos muito próximos de uma nova explosão no consumo de imóveis, mais precisamente em nossa Capital”, enfatiza Ricardo Bezerra.