EXPANSÃO DE 41%
Estudo da Lopes mostra que mercado imobiliário girou R$ 4,18 bi até agosto
Por Marcelo - Em 27/09/2024 às 12:40 PM
O Flash Imobiliário desta sexta-feira (27) revelou que no acumulado do ano, até o dia 30 do mês passado, as vendas gerais atingiram R$ 4,18 bilhões, uma alta de 41% comparado a igual período de 2023, e foram vendidas 9.189 unidades (+50%) de todos os segmentos na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Além disso, o levantamento da Lopes Immobilis mostrou que, em agosto, o mercado da RMF segue aquecido, registrando três lançamentos no segmento de médio e alto padrão, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 508 milhões, na região do Meireles e Aldeota. Já o segmento econômico (MCMV) teve dois lançamentos com VGV de R$ 220 milhões, na Maraponga e em Messejana.
O Meireles atingiu a média de R$ 15.200,00 o metro quadrado (m²), seguido da Aldeota (R$ 13,6 mil), Cocó (R$ 12,2 mil), Guararapes (R$ 10,9 mil), Cidade dos Funcionários (R$ 10,7 mil) e Papicu (R$ 10 mil). Média de R$ 8.137,00 ao serem computados todos os bairros da Capital. O estudo também revelou que os bairros mais valorizados lideraram as vendas do segmentos médio e alto padrão, com Meireles, Aldeota e Cocó comercializando 206 unidades ou 70% do total. No segmento médio e alto padrão foram vendidas 297 unidades em agosto, 20% acima de julho, com VGV de R$ 533 milhões (+165%). E a volocidade sobre oferta (VSO) foi de 7%.
De acordo com o diretor da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, o mercado imobiliário da RMF está com um desempenho pujante, com quase R$ 4,2 bilhões movimentados até o final de agosto, o que muito expressivo e o melhor resultado desde 2019. “É um volume 41% acima do que foi vendido em todo o ano passado (R$ 2,9 bi), que já foi bom. Estamos numa sequência de números positivos e isso leva a crer que vamos terminar o ano com cerca de R$ 6 bilhões em vendas. O número de lançamentos este ano foi superior ao de 2023. Mas o melhor ainda é que os lançamentos previstos para 2025, em especial três na região da Beira-Mar – um da Moura Dubeux, um da Mendonça Aguiar e um da Diagonal – fazem com tenhamos o melhor ano da história, superando R$ 6 bilhões em vendas”, afirma.
Outros segmentos
Na área de salas comerciais foram vendidas 19 unidades (-49%) VGV de R$ 9 milhões (-47%). Ricardo Bezerra ressaltou que neste segmento o estoque está baixo e trata-se de uma grande oportunidade para as construtoras. “Temos notado claramente que os empreendimentos comerciais estão com estoques baixos e quem lançar, vai vender“, declara. Já a parte de segunda moradia registrou a venda de 31 unidades (-51%) e atingiu um VGV de R$ 25 milhões (-40%). Para ele, é a hora de tirar o pé do acelerador e esperar uma elevação da demanda. e o residencial horizontal vendeu 12 unidades (igual a julho) com um VGV de R$ 7 milhões (-33%).
O Flash Imobiliário de hoje ainda mostrou um primeiro estudo na área de loteamentos urbanos, que vem crescendo e está representando uma excelente opção para o mercado imobiliário da RMF. De 2019 para cá, segundo o estudo, foram lançadas 15.784 unidades e vendidas de 11.826. O Eusébio lançou 3.579 unidades e vendeu 2.996 unidades no período e tem ocupado posição de destaque, pois já registra média um pouco superior a R$ 1.000,00 o m².
No segmento econômico foram realizados dois lançamentos em agosto, com 994 unidades e R$ 220 milhões de VGV, nos bairros Messejana e Maraponga. No mês passado foram vendidas 698 unidades (-36%) com um VGV de R$ 157 milhões (-35%). Apesar disso, o VSO foi de 14%. “O mercado econômico registrou uma queda, mas ainda tem números relevantes no mercado da Região Metropolitana de Fortaleza, principalmente devido aos programas estadual e federal de inventivo para a compra de habitação popular. Acende uma luz amarela, mas ainda tem um mercado a ser explorado”, completa Ricardo Bezerra.
Sinduscon-CE
O presidente do Sinduscon Ceará, Patriolino Dias de Sousa, concorda com o pensamento positivo de Ricardo Bezerra e comemora a pujança do mercado imobiliário da RMF. Ele destaca que o levantamento realizado pela entidade, também até o final de agosto, mostrou números parecidos, pois envolve mais três municípios. “O estudo revelou que o VGV acumulado foi de R$ 4,79 bilhões (+23%) e comercializadas 9.922 unidades (+36%). A gente acredita que termos um incremento neste segundo semestre e poderemos chegar a cerca de R$ 8,5 bilhões comercializados, um número bem significativo”, explica.
Ele lembrou que o resultado final deste ano depende da macroeconomia e das intempéries que uma guerra, como a de Israel, pode ter no mercado. Mas acredita que este crescimento nas vendas se mantenha, pois a demanda está grande. E comentou sobre a última alta da Selic. “Como o aumento foi pequeno, 0,25%, e acredito que seja só um ajuste e os juros voltem a cair, o mercado consegue absorver essa elevação e ter um incremento nos próximos meses“, ressalta Patriolino Dias.