O presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, diz que fim da isenção prejudicará o setor

Suspensa desde 2019, a exigência de visto de entrada no Brasil para cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá será retomada pelo governo brasileiro. A medida, contudo, é alvo de críticas por parte dos empresários do setor de turismo. “Se o Brasil voltar a exigir visto para cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá, será um retrocesso para a indústria de turismo nacional como um todo. A liberação dos vistos para os países que mais viajam pelo mundo, em 2019, foi a consolidação de um pleito de décadas do setor de turismo”, avalia o presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares.

O governo federal avalia que o impacto da retomada do visto deverá ser pequeno, considerando os dados de fluxo de entrada de pessoas oriundas nesses países desde o início da isenção. Os dados do governo mostram que, quando a isenção começou a valer, em 2019, houve um aumento de 12% na entrada de cidadãos dos Estados Unidos no Brasil. Por outro lado, a entrada de cidadãos do Japão caiu 4,4%. Para o presidente da ABIH Nacional, os números não são suficientes para justificar o fim da medida. “Não é razoável balizar essa decisão analisando somente os dados de entrada desses turistas nos anos de 2020, 2021 e 2022, uma vez que o mundo  estava em plena pandemia e pautado pelas restrições impostas pelo momento”, diz.

Para ele, falta maior divulgação da isenção do visto para os turistas oriundos desses países. “O que precisamos é que a Embratur faça um trabalho de divulgação do Brasil junto a esses países, a fim de que os possíveis turistas americanos, japoneses, australianos e canadenses tomem conhecimento dessa isenção. Só assim aumentaremos o fluxo de turistas estrangeiros no país e, finalmente, poderemos nos tornar um dos grandes destinos turísticos do mundo”, afirma Manoel Linhares.