IMBRÓGLIO JURÍDICO
Fechamento da venda da Daslu depende do julgamento de um recurso no TJSP
Por Marcelo - Em 08/06/2022 às 6:31 PM
Apesar de ter sido arrematada em um leilão por R$ 10 milhões, cujos lances partiram de R$ 1,4 milhão, a marca de alto luxo Daslu, que faliu em 2016 depois de um escândalo de sonegação fiscal, o arrematante vai ter de esperar o julgamento de um recurso interposto no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para, efetivamente, tomar posse da marca.
A ação foi realizada pelo empresário Eduardo Duarte Teixeira João, dono da falida DSL Comércio Varejista, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJSP. Ele questiona o valor estipulado para a venda da Daslu, alegando que a marca valeria em torno de R$ 40 milhões.
No recurso ele havia solicitado que a carta de arrematação da Daslu não fosse expedida até que o seu recurso fosse julgado, uma vez que ainda deve ser analisado pelo juízo da 1ª Vara. Seu interesse é majorar o valor da venda, uma vez que a quantia arrecadada deverá cobrir as dívidas da empresa de alto luxo.
Não existe um prazo para o julgamento do recurso e, de acordo com o advogado da Casa Sodré Santoro, que realizou o leilão, Sidney Palharini Júnior, este recurso estava citado no edital do leilão da Daslu e, portanto, seria do conhecimento do arrematante da marca, no caso a incorporadora Mitre Realty. A carta de arrematação não foi expedida.
Mais um imbróglio da marca que obteve seu ápice quando foi gerida pela empresária Eliana Tranchesi, falecida em 2012. Nos seus anos áureos, ocupou um espaço de quase 20.000m² na Vila Olímpia – a Villa Daslu – e sua rede chegou a faturar mais de R$ 1 bilhão por ano, atendendo à nata do high society brasileiro.