As oportunidades de negócios que o Hub de Hidrogênio Verde (H²V) está trazendo para o Estado foram tema da reunião da Câmara das Energias do Ceará, da Fecomércio-CE. O evento contou com palestra do consultor em energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) Jurandir Picanço, pois a referida câmara tem a missão de articular ações e apoiar o setor da geração, distribuição e comercialização das energias no território cearense.

Jurandir Picanço – terno escuro – com representantes da Fecomércio-CE

Em sua apresentação, Jurandir Picanço fez um panorama sobre as energias renováveis no Brasil e no mundo, iniciando com um paralelo sobre a importância desta modalidade diante de tantos eventos drásticos ligados ao aquecimento global acontecendo no mundo. Segundo ele, 73% dos gases de efeito estufa são provenientes do setor de energia. “Para conseguirmos alcançar a redução das emissões, temos que começar no setor de energia”, alerta.

O consultor da FIEC destacou que o Brasil possui um potencial gigantesco em energias renováveis. “Na solar fotovoltaica, por exemplo, sabemos que o nosso pior local no Brasil ainda é melhor do que o melhor local na Alemanha, que é muito desenvolvida nessa área”, diz. Com matriz 45% renovável, o Brasil se diferencia no cenário mundial, que possui matriz média 14% renovável e, quando se trata de energia, esse percentual da matriz brasileira sobe para 83%, segundo ele.

Estudos

O especialista explicou ainda os tipos de Hidrogênio (cinza, azul e verde) e suas potenciais emissões de gases, destacando os estudos de instituições como Bloomberg, Irena, Mckinsey, World Hydrogen Leader, Instituto Fraunhofer, entre outros, que apontam as competências do Brasil para o desenvolvimento da indústria do H²V e sua cadeia produtiva de valor.

Picanço revelou que o País tem muitas oportunidades de acelerar o desenvolvimento sustentável, tornando-se um líder nesse setor e também um vanguardista nos processos de descarbonização e de transição energética. “Com o desenvolvimento tecnológico, o custo de produção do Hidrogênio Verde vai ser tão competitivo quanto o cinza, tornando-se uma realidade“, destaca.

Para que o Brasil avance e os projetos previstos para o Ceará, concentrados no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) mudem de fase, Jurandir Picanço ressaltou a necessidade do marco regulatório do setor, que está em tramitação no Congresso Nacional, ser aprovado para dar segurança aos investimentos que já foram anunciados e estão na fase de projetos. “A nossa expectativa é que isso aconteça até o final deste mês, no mais tardar em julho”, completa.

Reunião da Câmara das Energias debateu as potencialidades do Hub de Hudrogênio Verde do Ceará

Inovação

O vice-presidente da Fecomércio-CE, Luiz Fernando Bittencourt, destacou que qualquer fonte de inovação, como é o caso da produção do Hidrogênio Verde, requer investimentos e que, certamente, este novo setor vai trazer muitas oportunidades para o Ceará. Em nome da instituição, ele agradeceu a presença de todos os participantes e também do convidado da reunião, Jurandir Picanço. Participaram da reunião o presidente da CACE, Everton Fernandes; o secretário-executivo Marcos Pompeu, além do presidente da Facic, Chico Barreto, e representantes da Enel, ACC, Sindipostos, Arce, entre outras.

O presidente da Câmara das Energias, Antônio José Costa, destacou que discutir temas como este é fundamental para a Fecomércio-CE, para o setor e para os empresários. “O que entendemos é que a Câmara de Energias do Ceará tem que colaborar para melhorar a condição energética do Estado e, ao mesmo tempo, que o nosso cliente, o comerciante de mercadorias e serviços, precisa ter um produto mais barato. E a energia e a tecnologia da informação são as duas vertentes que fazem com que o comerciante seja beneficiado”, salienta.