AUMENTO DE 15%

Fertilizantes: Brasil importa volume recorde de 2,77 milhões de toneladas em janeiro

Por Redação - Em 29/02/2024 às 12:03 AM

Safra Soja Máquinas E Equipamentos Máquinas Agrícolas Foto Cna Trilux

Com relação à exportação, a soja continua na liderança, com 2,85 milhões de toneladas comercializadas FOTO: CNA

O Brasil importou, em janeiro deste ano, o volume recorde de 2,77 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um crescimento de 15% ante igual período de 2023. De acordo com o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta temporada, particularmente no plantio da segunda safra de milho, a exemplo do que ocorreu com a soja nos meses de julho e agosto de 2023, os agricultores adiaram as compras de nitrogenados para o início de 2024. Com isso, o volume importado em janeiro, o maior dos últimos 5 anos, acompanhou o movimento envolvendo os negócios na época, com fosfato e potássio, quando conseguiram adquirir grandes volumes a preços atraentes, o que aponta para uma estimativa de aumento nos estoques de passagem de fertilizantes este ano.

Com relação à exportação dos produtos agrícolas brasileiros, a soja continua na liderança, com 2,85 milhões de toneladas comercializadas, contra as 840 mil toneladas ocorridas no mesmo período do ano anterior. Apesar das condições climáticas adversas no início da temporada, o quadro atual favorece a maioria das regiões produtoras. Esse desempenho ficou particularmente expressivo no estado do Paraná, onde a rápida colheita de soja em janeiro, fenômeno incomum para o período, resultou em um aumento significativo no volume de produtos do complexo soja exportado, estabelecendo recorde histórico para o mês.

No caso do milho, as exportações atingiram 4,88 milhões de toneladas em janeiro, contra 6,06 milhões de toneladas observadas no mês passado, e 6,14 milhões ocorridas no mesmo período de 2023. A queda foi motivada, principalmente, pela diminuição da demanda chinesa e, também, pela forte competição do milho argentino, impulsionada pelas excelentes perspectivas da safra, em comparação ao exercício passado. Ainda do lado da oferta, o USDA manteve os números da produção do cereal nos EUA em 389,7 milhões de toneladas, com aumento dos seus respectivos estoques finais para 55,2 milhões. No Brasil, com a menor produção prevista para este ano, espera-se que o consumo interno cresça, sobretudo no segmento produtor de proteína animal e da forte indústria de etanol produzido a partir do cereal. Esses fatores devem limitar as vendas externas neste exercício.

Fretes

Com relação aos preços de fretes rodoviários, o Boletim aponta que houve tendência de alta nas diversas rotas em Minas Gerais, dada a necessidade de abertura de espaço para armazenar a safra de grãos 2023/24. Segundo os agentes transportadores, as movimentações de soja e milho em rotas internas do estado, ou mesmo com destino aos portos, tiveram incrementos acentuados em relação ao último trimestre de 2023. Já em Mato Grosso, uma desaceleração atípica dos preços foi registrada no mercado de fretes rodoviários em janeiro. Ao mesmo tempo em que os fortes carregamentos e o grande fluxo observado na reta final da safra passada cessaram, a safra desse ano ainda não engrenou, muito por conta dos preços baixos das commodities, em especial da soja, que tem travado a comercialização.

O mercado de fretes também apresentou média de preços mais baixos nos seguintes estados: Goiás, onde a fraca demanda em janeiro fez com que os preços dos fretes recuassem em relação ao período anterior; Paraná, com impacto negativo nos preços de fretes para milho e soja em janeiro de 2023, exceto em Ponta Grossa, quando comparados com dezembro; Maranhão, com os preços dos fretes recuados em virtude da baixa demanda no período de entressafra; e no Distrito Federal, com as baixas ocasionadas basicamente pela perspectiva de quebra na safra 2023/24 de grãos na região.

O Boletim aponta ainda que outros estados tiveram flutuações mais leves nos preços de frete, como a Bahia, que segue com fraca demanda nas regiões de primeira safra e tendência de estabilidade. O Piauí apresentou uma variação negativa de 3,6% na média geral e uma queda acentuada de 26% em relação a setembro, quando os preços atingiram o pico no ano. Já em Mato Grosso do Sul, o mercado de fretes apresentou variações nos preços em diferentes regiões para o transporte de grãos.

O periódico mensal coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. O Boletim traz também informações sobre a movimentação de estoques da Conab, realizada por transportadoras contratadas via leilão eletrônico. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Fevereiro/2024 , disponível no site da Companhia.

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