O FIEC Summit 2024 – Hidrogênio Verde, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), chegou ao fim nesta terça-feira (13), trazendo para as palestras de encerramento da programação três temas que estão no centro das discussões atuais sobre a transição energética em nível global: a regulação do Hidrogênio Verde, as práticas ESG e o mercado de Carbono.

Segundo Carlos Prado, 1º vice-presidente da FIEC, a trajetória e o impacto do evento no Ceará fechou um ciclo. A primeira edição, realizada em 2022, discutiu o Hidrogênio Verde e as energias renováveis quando o tema ainda parecia distante da realidade. Hoje, ele pauta discussões sobre o futuro do Estado e do País, se traduzindo também na concretização de investimentos.

Carlos Prado disse que o FIEC Summit 2024 encerrou um ciclo do H²V                    Foto: Laura Guerreiro

“O primeiro evento foi como um sonho, tratando do tema sem que muitos acreditassem nele. O segundo já começou a mostrar algumas rotas a serem seguidas. E neste terceiro, a gente completa o ciclo a que se propôs a Federação das Indústrias”, ressalta. Para dar continuidade a esse legado, o objetivo da FIEC é integrar cada vez mais a indústria nas discussões sobre transição energética e descarbonização globais.

Regulamentação

Contando com o gancho factual da recente aprovação do Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono no Brasil, o painel ‘Regulação e certificação nacional e mundial do Hidrogênio Verde’ reuniu especialistas do Brasil e da União Europeia para debater o tema. A mediação foi realizada por Monica Panik, consultora internacional da FIEC, e focou neste que é, na sua visão, “um dos mais importantes temas a serem discutidos no setor de Hidrogênio Verde”.

Tudor Constantinescu participou do FIEC Summit de maneira virtual

De acordo com Tudor Constantinescu, assessor principal da Diretoria Geral de Energia da União Europeia, o Hidrogênio de Baixo Carbono caminha para tornar-se uma commodity mundial. “Precisamos de Hidrogênio para tudo que está vindo. A União Europeia tem a meta de incluir 43% de combustíveis de origem não-biológica na indústria e 1% no transporte até 2030. Buscamos implementar um mercado de Hidrogênio eficiente, trazendo-o de locais onde está sendo produzido para países aqui da Europa”, explica Constantinescu, virtualmente.

ESG e mercado de Carbono

O segundo painel da tarde desta terça-feira, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), trouxe os casos de sucesso de três empresas certificadas pelo Núcleo ESG-FIEC: Durametal, Qair Brasil e Cerbras. Sob a orientação do programa, as três empresas conseguiram o ‘Triple A’, classificação máxima da certificação emitida pelo Bureau Veritas, nas três categorias que compõem o ESG: meio ambiente, social e governança, mostrando que o setor produtivo cearense está no caminho certo.

O último painel do FIEC Summit 2024 contou com mediação de Laiz Hérida, fundadora e CEO da HL Soluções Ambientais, que trouxe para o centro das discussões o mercado de Carbono, dando ênfase a como o Hidrogênio Verde pode passar a integrar essa cadeia. Fernando Giachini Lopes, diretor-executivo e fundador do Instituto Totum, destacou o papel dos créditos de Carbono como uma solução viável e imediata para as empresas enquanto a produção de H²V se estabelece.