Um amplo debate sobre a construção da usina de dessalinização – Dessal do Ceará –, na Praia do Futuro, buscando solução de possíveis questionamentos sobre impactos do projeto na infraestrutura de cabos submarinos de fibra óptica existente na região, foi realizado nesta quarta-feira (4), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). O presidente Ricardo Cavalcante foi o anfitrião do evento, que reuniu relevantes players na discussão desse importante tema para Fortaleza, o Ceará e o Brasil, que é a transformação da água do mar em potável, visando garantir o abastecimento para cerca de 720 mil pessoas em Fortaleza e sua Região Metropolitana.

Vanderson Brito, Neuri Freitas, Wally Menezes, Ricardo Cavalcante e Vicente Aquino, na Casa da Indústria

Estiveram na Casa da Indústria o presidente da Companhia Cearense de Água e Esgoto (Cagece), Neuri Freitas; o conselheiro da Anatel, Vicente de Aquino; o gerente Regional Substituto da Anatel no Ceará, Wanderson Brito; o deputado estadual Romeu Aldigueri; e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Wally Menezes. O encontro também contou com a presença de lideranças dos setores empresarial e político cearenses, autoridades, sindicalistas e acadêmicos.

Neuri Freitas defendeu a importância da Dessal do Ceará para o Estado

Após apresentar o projeto da usina de dessalinização, Neuri Freitas disse que a Cagece realizou ajustes para que os cabos submarinos não fossem afetados. O gestor sugeriu a criação de um grupo de trabalho (GT) formado por empresas e entidades para discutir soluções que contemplem todos os interessados. O presidente da FIEC foi indicado por representantes das instituições envolvidas para liderar os debates no GT. “A proposição desse grupo de trabalho é bem interessante porque podemos colocar técnicos de cada parte – da Cagece e das telefônicas -, e, com o apoio da FIEC, encontrar uma alternativa para conviver em harmonia”, afirma Neuri.

Solução pacífica

Já o conselheiro da Anatel destacou a importância da usina para o Ceará e que o debate intermediado pela FIEC é necessário para chegar a uma resolução que atenda aos dois segmentos. E que é impossível um cidadão em franca lucidez ser contrário à construção de uma usina que vai trazer água para o Ceará. “A Anatel está tratando de aferir um novo ajuste feito no projeto. Acredito que em 20 dias teremos uma posição e, com avanço dos diálogos, vamos encontrar uma solução pacífica que consiga trazer água para o Ceará e fazer com que a internet possa fluir para o Brasil inteiro”, diz Vicente Aquino.

Ricardo Cavalcante diz que os investimentos são relevantes para o Ceará

O anfitrião do encontro disse que a FIEC atua para promover o diálogo e criar soluções para a instalação da usina dessalinizadora de forma que não haja interferência na rede de cabos de fibra óptica. “A Federação lembra que tanto as empresas de fibra óptica quanto as que farão a dessalinização são empresas nossas, o objetivo é comum. O Ceará não pode perder nada, nem os cabos, nem a usina. Vamos precisar da usina porque a condição climática mostra que o El Niño está vindo aí, mas precisamos muito dos cabos, que fazem a interligação com todo o planeta. Precisamos de todos os investimentos que estão chegando. São geradores de mão de obra, renda e empregos”, ressalta.

E o deputado Romeu Aldigueri, líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, confirmou o interesse da gestão do governador Elmano de Freitas em criar o grupo de trabalho proposto para resolver a questão. “Procuramos dialogar com todos e todas, ouvindo. Só temos a parabenizar a FIEC e dizer da determinação do governador de criar o grupo e ouvir tecnicamente para dirimir essa questão. Tenho certeza que vamos construir essa solução em consenso”, complementa.