COMERCIALIZAÇÃO

Frigoríficos suspendem fornecimento de carne ao Carrefour após boicote ao Mercosul

Por Redação - Em 25/11/2024 às 1:15 PM

Carne, Frigorífico Foto Freepik

Embora o Carrefour Brasil tenha tentado se desvincular das declarações de Bompard, o executivo francês é o principal acionista da empresa FOTO: Freepik

A JBS, um dos maiores frigoríficos do Brasil, interrompeu o fornecimento de carne ao Carrefour na última quinta-feira (21), em resposta ao boicote anunciado pelo CEO global da rede francesa de varejo, Alexandre Bompard. O boicote, que foi divulgado no dia 20 de novembro, se aplica às carnes provenientes dos países do Mercosul. A marca Friboi, pertencente à JBS, é responsável por cerca de 80% das carnes comercializadas nas lojas Carrefour no Brasil.

A Masterboi também seguiu o movimento e suspendeu a entrega de 250 toneladas de carne na sexta-feira (20). Apesar das suspensões, o Carrefour Brasil afirmou que não há desabastecimento nas suas unidades e que a venda de carne continua normalmente. A empresa declarou, por meio de sua assessoria, que “nenhuma loja está desabastecida”, e expressou pesar pela decisão dos frigoríficos, ressaltando o impacto que isso pode ter nos consumidores.

A rede de varejo destacou que está mantendo conversas contínuas com os frigoríficos e outras partes envolvidas para tentar resolver a situação e retomar o fornecimento de carne o quanto antes. A interrupção no fornecimento é mais significativa considerando que as carnes in natura, com alto giro de vendas nos açougues, têm um impacto direto no fluxo de produtos nas lojas.

A decisão dos frigoríficos foi uma resposta ao posicionamento de Bompard, que anunciou a suspensão das compras de carne dos países do Mercosul em solidariedade aos agricultores franceses. O boicote é uma reação ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que tem gerado críticas na França. Agricultores franceses alegam que os produtores do Mercosul não seguem as mesmas normas ambientais, o que representaria uma vantagem competitiva indevida.

Embora o Carrefour Brasil tenha tentado se desvincular das declarações de Bompard, o executivo francês é o principal acionista da empresa, com mais de 60% de participação. A posição de Bompard gerou reações no Brasil, com autoridades como o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, pedindo um boicote à rede varejista. Fávaro também fez um apelo para que os frigoríficos adotassem medidas contra o Carrefour.

No sábado (23), uma carta aberta foi divulgada por 44 entidades representativas da cadeia produtiva da carne, que manifestaram repúdio às declarações do CEO do Carrefour. Segundo o comunicado, a decisão de Bompard é vista como incoerente com os princípios do livre mercado e da cooperação internacional, além de ser considerada infundada.

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