INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

GNR Fortaleza é destaque nacional por injetar biogás direto na rede da Cegás

Por Marcelo - Em 10/01/2025 às 2:15 PM

O Ceará consolida sua posição de destaque no cenário energético nacional ao ser o único estado do Brasil a injetar biogás em sua rede de distribuição. Esse marco é fruto da parceria estratégica entre a Companhia de Gás do Ceará (Cegás) com a Marquise Ambiental e a MDC, que operam a usina de Gás Natural Renovável (GNR) de Fortaleza. A Cegás injeta diretamente em sua rede a produção da GNR de Fortaleza, situada no Aterro Sanitário Metropolitano Oeste (ASMOC), em Caucaia.

GNR Fortaleza é um case de sucesso operado pela Marquise Ambiental e MDC

A iniciativa, que alia inovação tecnológica e sustentabilidade, coloca o Estado na vanguarda de uma transição energética essencial para o futuro do País. O gás natural produzido a partir de resíduos sólidos urbanos, reflete o compromisso do Ceará com a economia circular e com a busca por alternativas energéticas limpas e viáveis. Atualmente, 15% de todo o gás consumido no Estado é oriundo do gás natural produzido no aterro.

Transformando lixo em energia

A planta da GNR Fortaleza é um exemplo de como a tecnologia pode transformar um dos maiores desafios ambientais do mundo – o descarte de resíduos sólidos -, em uma solução energética de alto impacto. O biogás gerado no aterro passa por processos avançados de purificação até atingir os padrões de qualidade necessários para ser injetado na rede da Cegás. Tanto que foi destaque em recente matéria extensa apresentada pelo Jornal Nacional. Veja o vídeo abaixo:

De acordo com o diretor-presidente da Marquise Ambiental, Hugo Nery, este modelo posiciona o Ceará como líder em gestão correta de resíduos sólidos em todo o Brasil. “Trata-se de um produto verde, sustentável e que, além de seus benefícios ambientais, apresenta uma vantagem econômica, já que seu custo é inferior ao do gás derivado do petróleo. As tecnologias estão totalmente dominadas para isso e temos um case de sucesso para comprovar que é a GNR Fortaleza”, destaca.

Esse gás renovável não apenas reduz a emissão de gases de efeito estufa (GEE), mas também representa uma importante diversificação na matriz energética do Estado. Atualmente, o gás proveniente da GNR Fortaleza é utilizado prioritariamente na indústria, comércio e grandes condomínios, sendo que o volume injetado equivale ao consumo médio de mais de 30 mil residências por mês, mostrando o impacto direto e positivo dessa operação no território cearense.

Sustentabilidade e pioneirismo

Ao integrar o biogás à sua rede, o Ceará reforça seu papel como protagonista em políticas públicas voltadas à sustentabilidade. A iniciativa tem sido vista como um modelo de gestão eficiente e responsável, alinhando-se às metas globais de combate às mudanças climáticas e ao desenvolvimento em harmonia com as questões ambientais.

Hugo Nery afirma que o impacto econômico do uso do biogás é relevante

Além de sua relevância ambiental, a iniciativa também traz ganhos econômicos significativos. A incorporação do biogás na rede reduz a dependência de combustíveis fósseis e pode contribuir para estabilizar o custo do gás natural no Estado. Isso fortalece a competitividade industrial do Ceará e amplia as oportunidades para novos investimentos no setor. A operação da GNR Fortaleza também promove a geração de empregos diretos e indiretos em tecnologias limpas, além de criar um ciclo virtuoso para o tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos.

Exemplo para o Brasil

A experiência cearense está sendo acompanhada de perto por outros estados e por instituições ligadas ao setor energético no Brasil e no exterior. O modelo adotado pode servir de inspiração para projetos semelhantes em outras regiões do país, especialmente em estados que enfrentam desafios relacionados ao descarte de resíduos e à diversificação de suas matrizes energéticas.

Tanto que a Marquise Ambiental deverá investir cerca de R$ 400 milhões em cinco projetos nas regiões  Norte, Nordeste e Sudeste, para a produção de biometano, que dá origem ao biogás, até 2028. Boa parte desses recursos será aplicado no Centro de Tratamento e Transformação de Resíduos (CTTR), em Manus, que deve receber um aporte de R$ 150 milhões. Também pretende replicar o sucesso da GNR Fortaleza nas usinas situadas em Osasco, Porto Velho, Aquiraz e Eusébio.

O Ceará, mais uma vez, reafirma seu papel de vanguarda no Brasil, demonstrando que inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas. A produção de Gás Natural Renovável e sua integração à rede da Cegás não representa apenas um marco histórico para o Estado, mas também aponta o caminho para um futuro energético mais limpo e inclusivo.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business