Com a possibilidade de uma recessão no horizonte, o banco previu que o Fed poderia cortar as taxas de juros em até dois pontos percentuais durante o próximo ano

O Goldman Sachs, um dos principais bancos de Wall Street, se tornou o mais recente a levantar preocupações sobre os impactos da guerra comercial conduzida pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O banco alertou que as tensões comerciais com a China e outras nações podem aumentar as chances de uma recessão nos Estados Unidos, afetando diretamente a economia global.

Em uma nota aos clientes, intitulada “Contagem Regressiva para a Recessão”, os economistas do Goldman Sachs ajustaram suas previsões econômicas para 2025, reduzindo a projeção do PIB dos EUA para 0,5% e aumentando suas expectativas de recessão para os próximos 12 meses de 35% para 45%.

Os principais motivos citados para esse ajuste incluem um aperto nas condições financeiras, reações adversas de consumidores internacionais, e uma incerteza política crescente que pode desacelerar os investimentos. A combinação desses fatores, segundo o banco, tende a afetar negativamente o crescimento da economia dos EUA, potencialmente forçando uma recessão.

Contudo, a previsão do Goldman Sachs depende de uma condição importante: a diminuição das tensões comerciais. Se Trump não implementar as tarifas planejadas para 9 de abril, o impacto negativo poderia ser mitigado. Caso contrário, o aumento das tarifas pode elevar a taxa tarifária efetiva dos EUA em cerca de 20 pontos percentuais, o que, segundo o banco, seria o suficiente para levar a economia dos EUA a uma recessão.

Além disso, os economistas do Goldman Sachs revisaram suas expectativas para o Federal Reserve, antecipando uma redução das taxas de juros a partir de junho, uma medida que pode ajudar a impulsionar a economia, mas que também reflete o aumento dos riscos econômicos.

Com a possibilidade de uma recessão no horizonte, o banco previu que o Fed poderia cortar as taxas de juros em até dois pontos percentuais durante o próximo ano, como parte de uma estratégia para estimular a atividade econômica em um cenário de desaceleração.

A situação segue sendo acompanhada de perto por analistas e investidores, pois os próximos passos do governo Trump na guerra comercial terão impacto direto não apenas nos Estados Unidos, mas em economias ao redor do mundo.