RECUO DE 19,6%
Governo Central registra déficit primário de R$ 22,404 bilhões em agosto de 2024
Por Redação - Em 04/10/2024 às 10:38 AM
O Governo Central — Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — registrou déficit primário de R$ 22,404 bilhões em agosto. Isso representa um recuo de 19,6%, em termos reais, na comparação com o déficit de R$ 26,730 bilhões registrado em igual mês do ano passado. Nos oito primeiros meses do ano, o déficit acumulado chegou a R$ 99,997 bilhões, retração real de 9,1% em relação aos R$ 105,884 bilhões negativos apurados em igual período de 2023.
Os dados sobre as contas do Governo Central constam do Boletim Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de agosto , apresentado e detalhado em entrevista coletiva realizada nessa quinta-feira (3), no edifício-sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
“Tivemos novamente um crescimento robusto, de 14,3% nominal e quase 10% real, corroborando o processo já bem consolidado de recuperação da base de receitas, algo muito importante no processo de recuperação fiscal. No acumulado do ano temos 8,8% de crescimento real da receita, um crescimento bem expressivo”, apontou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
“Da parte da despesa total, tivemos crescimento de 2% real no mês, também corroborando o processo que vínhamos informando, de que havia uma pressão no primeiro semestre, pela antecipação de despesas e despesas extraordinárias, que depois se acomodaria, ao longo do segundo semestre, trazendo a média do ano para um patamar muito mais compatível com a dinâmica do arcabouço fiscal”, completou o secretário do Tesouro.
Ao comentar o déficit primário de R$ 22,404 bilhões de agosto e de R$ 99,997 bilhões no ano, Ceron destacou o principal ponto de pressão que levou a tais resultados. “O grande fator de desequilíbrio fiscal continua sendo a Previdência Social, com déficit de 240 bilhões no ano”, afirmou o secretário.
Além de Rogério Ceron, também participaram da entrevista coletiva de divulgação do RTN de agosto a secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Silva Varga; o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira; e o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde.
Em agosto, a receita total atingiu R$ 194,906 bilhões, alta real de 9,6% sobre os R$ 170,571 bilhões do mesmo mês do ano passado. Considerando o acumulado dos oito primeiros meses do ano, a receita total alcançou R$ 1,725 trilhão, elevação real de 8,8% sobre o total de R$ 1,522 trilhão de igual período de 2023.
Já a receita líquida de agosto somou R$ 148,934 bilhões, ou seja, alta de 6,2% real sobre os R$ 134,482 bilhões registrados em igual mês de 2023. No acumulado de janeiro a agosto, a receita líquida alcançou R$ 1,384 trilhão, representando elevação de 8,4% real sobre o R$ 1,225 trilhão de mesmo período de 2023.
A despesa total somou R$ 171,338 bilhões em agosto deste ano, representando alta real de 2% sobre os R$ 161,212 bilhões registrados em agosto de 2023. Já a despesa total dos oito primeiros meses do ano somou R$ 1,484 trilhão, elevação real de 7,1% sobre o R$ 1,331 trilhão registrado em igual período do ano passado.
O déficit primário de R$ 22,404 bilhões observado no mês passado decorre, portanto, da diferença entre os R$ 148,934 bilhões de receita líquida e R$ 171,338 bilhões de despesa total. No acumulado de janeiro a agosto, o déficit de R$ 99,997 bilhões reflete a diferença entre R$ 1,384 trilhão de receita líquida e R$ 1,484 trilhão de despesa total.
Comparado a agosto de 2023, o resultado primário observado decorreu da combinação de aumentos reais de 6,2% (R$ 8,8 bilhões) da receita líquida e de 2% (R$ 3,3 bilhões) das despesas totais, explica o Tesouro Nacional.
Em agosto, o Tesouro Nacional e o Banco Central foram deficitários em R$ 3,509 bilhões, enquanto o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresentou resultado negativo de R$ 18,895 bilhões. No acumulado dos oito primeiros meses de 2024, Tesouro e BC foram superavitários em R$ 139,576 bilhões e o RGPS registrou déficit de R$ 239,572 bilhões.