2020-2021
Grupo Emirates divulga prejuízo de US$ 6 bi. A receita da companhia ficou em US$ 9,7 bi
Por Pompeu - Em 16/06/2021 às 9:06 AM
O Grupo Emirates divulgou hoje seu Relatório Anual 2020-2021, mostrando perda de AED 22,1 bilhões (US$ 6,0 bilhões) no ano financeiro encerrado em 31 de março de 2021, em relação ao lucro de AED 1,7 bilhão (US$ 456 milhões) no ano anterior. A receita do Grupo foi de AED 35,6 bilhões (US$ 9,7 bilhões), representando queda de 66% em relação aos resultados do ano anterior. O saldo de caixa do Grupo foi de AED 19,8 bilhões (US$ 5,4 bilhões), queda de 23% em relação ao ano anterior, principalmente devido à fraca demanda causada pelas várias restrições de viagens e negócios relacionadas à pandemia de todas as principais divisões de negócios e mercados do Grupo.
Sua Alteza Sheikh Ahmed bin Saeed Al Maktoum, presidente e CEO da Emirates Airline e do Grupo Emirates, disse: “A pandemia da Covid-19 continua causando um grande impacto nas vidas das pessoas, comunidades, economias e no setor da aviação e viagens. Em 2020-2021, a Emirates e a dnata foram fortemente atingidas pela queda na demanda de viagens aéreas internacionais, pois os países fecharam suas fronteiras e impuseram rígidas restrições às viagens”.
“Nossas principais prioridades ao longo do ano foram: a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores e dos nossos clientes, preservando o caixa, controlando os custos e retomando as nossas operações com segurança e sustentabilidade. A Emirates recebeu uma injeção de capital de AED 11,3 bilhões (US$ 3,1 bilhões) do nosso acionista principal, o governo de Dubai, e a dnata participou de vários programas de apoio ao setor e obteve a ajuda total de quase AED 800 milhões em 2020-2021. Isso nos ajudou a manter as operações e a grande maioria da nossa equipe. Infelizmente, ainda assim, tivemos que tomar a difícil decisão de diminuir nossa força de trabalho devido aos requisitos operacionais reduzidos”.
Pela primeira vez na história do Grupo, foram implementadas redundâncias em todas as partes do negócio. Com isso, a força de trabalho total do Grupo foi reduzida em 31%, atingindo 75.145 colaboradores, representando mais de 160 nacionalidades diferentes.
Mantendo um rígido controle dos custos em todo o Grupo, as obrigações financeiras foram reestruturadas, os contratos foram renegociados, os processos examinados e as operações foram consolidadas. As várias iniciativas de redução de custos geraram a economia estimada de AED 7,7 bilhões durante o ano.
Em 2020-21, o Grupo investiu coletivamente AED 4,7 bilhões (US$ 1,3 bilhão) em novas aeronaves e instalações, aquisição de empresas e novas tecnologias para preparar os negócios para a recuperação e o crescimento futuro. Também continuou investindo recursos em iniciativas ambientais e apoiando comunidades e programas de incubadoras que estimulam o talento e a inovação para impulsionar o crescimento futuro do setor.
O Sheikh Ahmed disse: “Ninguém sabe quando a pandemia vai acabar, mas sabemos que a recuperação será irregular. As economias e empresas que tinham uma posição forte no início da pandemia estarão mais preparadas para se recuperar. Até 2020-2021, a Emirates e a dnata tinham um histórico de crescimento e lucratividade, com base em sólidos modelos de negócios, investimentos constantes em capacidade e infraestrutura, fortes iniciativas para inovação e um grande grupo de talentos liderado por uma equipe de liderança estável. Esses ingredientes fundamentais do nosso sucesso permanecem inalterados, combinados às ambições de Dubai de aumentar a atividade econômica e construir uma cidade para o futuro, estou confiante na recuperação da Emirates e dnata e que se tornarão mais fortes do que antes”.
Ele concluiu: “No próximo ano, continuaremos adotando uma abordagem ágil para responder ao mercado dinâmico. Nosso objetivo é recuperar nossa capacidade operacional total o mais rápido possível para atender aos nossos clientes e continuar contribuindo para a reconstrução das economias e comunidades afetadas pela pandemia”.
Desempenho da Emirates
A capacidade total de carga e passageiros da Emirates diminuiu 58%, atingindo 24,8 bilhões de ATKMs no final de 2020-2021, devido às restrições de viagens e voos relacionadas à pandemia, além da suspensão completa dos voos comerciais de passageiros por quase oito semanas, conforme determinado pelo governo dos Emirados Árabes Unidos em 25 de março de 2020.
A Emirates recebeu três novas aeronaves A380 durante o ano financeiro e retirou gradualmente 14 aeronaves mais antigas de suas operações: 9 aeronaves Boeing 777-300ER e 5 aeronaves A380; desta forma, sua frota total contava com 259 aeronaves no final de março. A idade média da frota da Emirates permanece em 7,3 anos.
Os pedidos da Emirates para 200 aeronaves permanecem inalterados no momento. A companhia aérea permanece comprometida com sua estratégia de operar uma frota moderna e eficiente, o que reforça a promessa da sua marca “Fly Better”, já que as aeronaves jovens são melhores para o meio ambiente, para as operações e para os clientes.
Trabalhando com estreita colaboração dos grupos envolvidos na aviação para projetar e implementar medidas de biossegurança, a Emirates restaurou gradualmente sua rede de passageiros e conectividade em seu hub a partir de meados de junho de 2020, quando os Emirados Árabes Unidos reabriram para viajantes em trânsito e, posteriormente, para visitantes internacionais.
Durante o ano, a Emirates reativou sua parceria estratégica de codeshare com a flydubai, e firmou acordos com os novos parceiros TAP Air Portugal, FlySafair e Airlink na África do Sul, para expandir a conectividade de seus clientes.
A Emirates foi de zero voos regulares de passageiros no início do ano financeiro a operações para mais de 120 destinos em 31 de março de 2021, mostrando sua capacidade de se adaptar e responder aos desafios, além da resiliência de sua equipe e seu modelo de negócios.Durante o ano, a Emirates reestruturou com sucesso vários arrendamentos e empréstimos de aeronaves. O apoio dos locadores de aeronaves e parceiros financeiros durante esses tempos desafiadores é reflexo da confiança da comunidade financeira no modelo de negócios da Emirates e suas perspectivas de médio e longo prazo.
Além do financiamento de AED 14,5 bilhões obtido para aeronaves e assuntos corporativos em geral em 2020-2021, a Emirates já recebeu ofertas para financiar a entrega de duas aeronaves com vencimento em 2021-2022 e continua buscando mais liquidez no mercado financeiro para aliviar o impacto potencial da COVID-19 nos fluxos de caixa de curto prazo dos negócios.
A Emirates encerrou o ano financeiro com caixa de AED 15,1 bilhões (US$ 4,1 bilhões), uma posição que teria sido mais forte se não fosse o pagamento único de AED 8,5 bilhões em reembolsos de clientes.