AMPLIAÇÃO DO MERCADÃO
Grupo São Luiz espera expansão de 20% este ano e investirá forte na linha food
Por Marcelo - Em 12/03/2022 às 10:19 AM
Atender às demandas dos clientes e sempre buscar trazer para dentro de suas lojas os melhores produtos, com preços competitivos e aliados à inovação. Estes são os principais objetivos do Grupo São Luiz – rede varejista cearense composta por suas duas bandeiras Mercadinhos e Mercadão. Além disso, espera um crescimento em torno de 20% este ano, vai ampliar as unidades do Mercadão São Luiz no Estado e afirma que o produto de destaque da rede nos próximos meses é a linha food, ou seja, levar para as prateleiras a alimentação pronta, que o cliente levará para a sua casa. “Tivemos um 2021 com resultados de ganho de participação no mercado da nossa empresa, apesar de ser difícil falar de consolidação de um grupo tem cerca de 50 anos de varejo e quase 100 de mercado. Mas esse nosso mercado é muito dinâmico”, explicou o diretor do grupo, Severino Ramalho Neto.
Ele destacou que o Grupo São Luiz registrou um crescimento de 20% em 2021, o que foi muito expressivo, sobre outro número semelhante, entre 15% e 20% de 2020, ou seja, expansão sobre expansão e disse que ficou muito contente com a confiança depositada pelos clientes na operação. O que o deixa confiante para os resultados que vão ocorrer nos próximos anos. Tanto que vai acelerar o processo de qualificação das lojas dos Mercadinhos São Luiz, adequando todas elas a um novo padrão de layout e equipamentos modernos; reforçando a estratégia, por meio da marca Mercadão São Luiz, que vende com descontos e atinge a diversas classes sociais.
E ela tem um poder de oferta mais significativo, o que é bom para os clientes, para os fornecedores e para a rede como um todo. “Pois isso reforça a estratégia dos Mercadinhos São Luiz tradicional. Ou seja, vamos ampliar essa bandeira, pois os Mercadinhos têm 21 unidades no Ceará e o Mercadão tem duas e, por essa diferença dá para ver como dá para crescer dentro dessa nova bandeira. Temos evoluído constantemente com essa operação, as lojas do Mercadão – uma em Fortaleza e outra no Cariri – têm dado uma resposta bacana e, neste primeiro semestre teremos mais duas unidades do Mercadão, sendo uma nas Seis Bocas e outra nas Dunas, que hoje é uma loja tradicional dos Mercadinhos e será transformada em Mercadão”, destacou Neto.
Apesar da estratégia de expansão em 2022 ser focada na bandeira Mercadão, o empresário ressalta que onde couber uma unidade dos Mercadinhos ela será instalada. “Estamos com uma operação muito redonda no mercadinho, também. O que diferencia é a vontade do cliente de comprar uma oferta boa. O Mercadão é uma loja de descontos, então ele encontra muitos dos produtos, não todos, com uma oferta significativa, comparado com o mercado como um todo. Tem duas referências de preços, pois o atacarejo é um concorrente direto e os clubes de compras”, explicou.
E como o Mercadão é uma bandeira que fala com os clientes, o grupo também deverá abrir unidades na Região Metropolitana de Fortaleza – Caucaia, Maracanaú e Eusébio. “E também em outros bairros da Capital, como Parangaba, Mondubim, José Walter, uma série de regiões onde a gente enxerga uma boa possibilidade de crescimento do Mercadão. Estamos desenhando essa fórmula de expansão”, salientou. Junto com seu irmão Fernando e sua filha Joana, Neto ressalta que esta união de esforços tem permitido um crescimento orgânico constante e com muito foco na inovação, tanto que sempre realizam investimentos em tecnologia, como na automação de processos para melhor atender aos clientes.
Todo o investimento em inovação e tecnologia tem sido feito de forma muito planejada, estruturada, pois a rede gosta de trabalhar observando o comportamento dos clientes, para atender às suas demandas. E o grande produto do ano vai estar na área de food, de comida pronta, de como levar aquilo que está no restaurante para as prateleiras. “Hoje você pode fazer as três refeições dentro das nossas lojas, mas queremos que aquilo que está sendo ofertado também vá para a prateleira. Essa é a grande tendência nossa, agilizando a vida do cliente com alimentação pronta”, salientou o diretor.
Requalificação
Simultaneamente, disse que pretende requalificar todas as unidades dos Mercadinhos São Luiz, pois sempre que uma nova é inaugurada, os clientes pedem que as demais fiquem no mesmo perfil. E a rede está trabalhando nesse sentido, apesar de não ser um processo rápido, pois envolver reformas, mas isso será acelerado, como na loja do Cocó, as filiais das avenidas Virgílio Távora e Oliveira Paiva estão com os projetos prontos. A reforma da filial da Avenida Pontes Vieira está sendo concluída e já foi finalizada a do Cambeba. E também há estudos para a abertura de novas lojas nos próximos meses, inclusive as de vizinhança, de proximidade, que são um pouco menores e estão sendo reinventadas, para que sejam tão atrativas e possam ter um processo de expansão, estando cada vez mais perto dos clientes.
Com uma ampla visão de mercado, Neto ressaltou que existe uma gama de investidores observando os movimentos do Grupo São Luiz e sempre trazem oportunidades que podem levar à abertura de novas lojas dos Mercadinhos, e que inaugurou seis unidades entre 2018 e 2021. “Acredito que possa ter alguma oportunidade nesse sentido, que não está prevista, pois não há nenhuma em nosso planejamento de curto prazo, a não ser as do Mercadão, mas estamos atentos. Mensalmente recebemos umas dez oportunidades, que nem sempre são aceitas, mas muitas novas lojas saem daí”, informou.
Na área de sustentabilidade, todas as lojas dos Mercadinhos São Luiz funcionam com energia eólica, fornecida por dois campos de geração arrendados, pois além de ser totalmente alinhado com os critérios de ESG – que traduzindo do inglês representa governança ambiental, social e corporativa -, traz uma economia de 20% no custo total, o que é muito significativo. “E devemos ampliar o nosso centro de distribuição, duplicando o seu tamanho e, com isso, transformá-lo em autônomo por meio da energia solar, gerando todo o seu consumo. Com a ampliação deveremos chegar a 40.000m², para atender melhor e mais rapidamente as lojas da Capital e do interior, onde o Cariri está no limite, mas um bom processo de logística será voltar e abrir lojas nas cidades que estão no caminho, com muitas possibilidades”.
Economia em alta
Neto fez questão de ressaltar que, na sua visão, Fortaleza não é apenas a maior economia do Nordeste, mas sim do Norte/Nordeste, fazendo com que saindo do Norte seja a primeira grande metrópole localizada como ponto territorial e cultural. “Temos muito da cultura do Norte aqui na nossa história e ela também está presente no Norte. Fazemos parte da Rede Brasil e para cada estado tem um representante. No Amapá, o representante é Supermercado Fortaleza, de um cearense que está lá, assim como muitos outros que foram nas décadas de 60 e 70 explorar o Norte, incentivados. Temos uma colônia bacana do Pará e, por isso a gente vende tanto açaí, que já entrou na cultura do fortalezense”.
Nascido no Rio de Janeiro, mas radicado no Ceará desde 1976, o empresário afirma que já foi carioca, mas hoje tem muito orgulho de ser cearense. “Vi todas as mudanças que aqui ocorreram, com o Tasso Jereissati fazendo toda a leitura diferente do que era o mercado, do que era o Estado, e o que passou a ser o Ceará do governo Tasso para cá. E o que temos em comum durante todo esse período foi um compromisso fiscal muito além de quem estava governando, uma política de estado, e todos fizeram um grande trabalho nesse sentido e espero que continue assim. Isso tem proporcionado tanto ao Estado ir galgando passos de crescimento, mas Fortaleza disparou”, comemorou.
A capital cearense passou da terceira para a primeira maior economia do Nordeste, o que lhe enche de orgulho, pois é onde está presente e tem o seu trabalho diário, vendo um estado pujante, com uma capital mais pujante ainda. “Mas o Ceará para continuar crescendo e fazer parte do mundo, como a parceria com o porto holandês de Roterdã, é preciso ter uma abertura de portos para receber produtos importados, pois já somos um grande exportador, mas a importação ainda precisa expandir. Isso é que faz a economia estar dentro do cenário global. E o que impede isso é a tributação. Somos taxados tremendamente, a ponto de o Suape, na área de bebidas, ter uma condição diferenciada para importação”, asseverou.
E lembra que não deveria haver nenhuma diferenciação, uma alíquota única, e o Ceará tem de abrir os olhos para isso, rever seu posicionamento de arrecadação. “Não dá para arrecadar somente através do consumo, como por exemplo a energia, que o empresário vê como uma fonte produtora de desenvolvimento. Já o Estado vê como uma fonte de arrecadação. Temos de olhar a energia da mesma forma, para acelerar o desenvolvimento econômico do nosso Ceará. Estamos desafiados para fazer cada vez melhor”, completou Severino Neto.