O Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos também se manifestou contra as tarifas

O Canadá retirou recentemente das prateleiras bebidas alcoólicas destiladas fabricadas nos Estados Unidos, em resposta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre as importações canadenses. O Liquor Control Board of Ontario, órgão regulador da província, anunciou que os consumidores devem buscar alternativas canadenses e que os produtos dos EUA permanecerão fora das prateleiras até que novas orientações do governo canadense sejam emitidas.

A decisão gerou críticas de Lawson Whiting, CEO da Brown-Forman, produtora do uísque Jack Daniel’s. Em uma teleconferência de resultados na quarta-feira (5), Whiting classificou a ação como “desproporcional” e afirmou que “é pior do que uma tarifa, porque está literalmente retirando suas vendas”.

Embora a retirada das bebidas afetasse apenas 1% das vendas globais da Brown-Forman, o CEO indicou que a empresa pode “suportar” as perdas no Canadá. No entanto, ele aguarda uma reação similar do México, que representa 7% das vendas da companhia, devido à continuidade das tarifas impostas por Trump.

O Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos (DISCUS) também se manifestou contra as tarifas, destacando os danos que elas podem causar à cadeia de suprimentos de vinhos e destilados dos EUA.

Além dos desafios causados pelas tarifas, a Brown-Forman enfrenta uma desaceleração nas vendas de seus produtos. A empresa já demitiu 700 funcionários e fechou uma tanoaria em Kentucky no início do ano. Em 2023, as vendas de uísque caíram, após um período de crescimento impulsionado pela pandemia.