FAZENDA

Haddad defende reformas e critica privilégios no Brasil

Por Redação - Em 25/02/2025 às 10:30 AM

Fernando Haddad Foto Diogo Zacarias Ministério Da Fazenda

“Melhorar as contas públicas é importante, mas não podemos parar por aí”, disse o ministro da Fazenda

Durante o painel Cenário Econômico 2025, realizado na CEO Conference 2025 do BTG Pactual, nesta terça-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil está em posição de continuar avançando nas finanças públicas, mas enfatizou que o país não deve se limitar a esse aspecto. Para ele, é fundamental também combater a ineficiência, a desigualdade e implementar reformas microeconômicas que favoreçam o ambiente de crédito e a segurança jurídica.

“Melhorar as contas públicas é importante, mas não podemos parar por aí. Precisamos atacar a ineficiência, reduzir as desigualdades e criar condições para que o ambiente econômico se torne mais favorável”, explicou Haddad. Segundo ele, este é um momento crucial para o Brasil aproveitar as oportunidades de mudanças estruturais que possam beneficiar o país no longo prazo.

O ministro também falou sobre a importância de manter o diálogo com diferentes setores para que as reformas possam avançar. “O papel de homens sérios é trabalhar para reduzir as fricções e fazer a agenda caminhar”, disse, referindo-se à boa receptividade que tem encontrado com os novos presidentes do Congresso. Haddad se mostrou otimista quanto à retomada da agenda de reformas, lembrando que o governo já começou a implementar medidas estruturais desde o início de sua gestão.

Haddad ainda alertou para a necessidade de o Brasil não adotar uma visão “negacionista” sobre seu passado, e sim aproveitar as oportunidades de crescimento. “Temos muito o que fazer e uma agenda importante a ser votada no Congresso. Podemos entregar um Brasil mais forte”, afirmou, ressaltando o potencial de avanço do país.

Embora reconhecesse que o Congresso ainda não tenha aprovado toda a sua agenda, o ministro afirmou que importantes medidas já foram aprovadas. Contudo, fez críticas ao lobby político e à resistência que ainda existe em Brasília. “Não podemos colocar todos os problemas na conta da política. O lobby está protegendo seus privilégios, o que dificulta o progresso”, disse.

Além disso, Haddad direcionou críticas ao empresariado brasileiro, que, segundo ele, muitas vezes age de forma “patrimonialista” e se beneficia de privilégios, em vez de buscar a modernização necessária para o crescimento econômico. “A classe política tem problemas, mas também o empresariado, que ainda não se adaptou aos novos tempos”, declarou.

Em sua fala, Haddad destacou que é fundamental que os diversos setores do país se unam para superar as dificuldades e criar um Brasil mais eficiente e justo para as futuras gerações.

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