Em termos anuais, o IBC-Br mostrou um robusto crescimento de 7,3% em outubro, e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou 3,4% FOTO: Agência Brasil

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que serve como uma antecipação do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma leve alta de 0,1% em outubro em relação ao mês anterior, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central (BC). A expectativa do mercado, medida pela Reuters, era de uma queda de 0,2% para o período, o que torna o resultado uma surpresa positiva.

Este crescimento marca o terceiro mês consecutivo de alta, embora tenha demonstrado uma desaceleração significativa em comparação com os 0,9% registrados em setembro, que foram revisados para 0,8% pelo Banco Central.

Em termos anuais, o IBC-Br mostrou um robusto crescimento de 7,3% em outubro, e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou 3,4%, refletindo uma recuperação econômica continuada, apesar das dificuldades enfrentadas ao longo do ano.

Setores chave como serviços e varejo desempenharam um papel importante no desempenho positivo. O volume de serviços cresceu 1,1%, superando as expectativas, e o setor varejista teve um aumento de 0,4%, demonstrando resiliência mesmo diante de desafios econômicos. Por outro lado, a produção industrial não acompanhou esse ritmo e apresentou uma queda de 0,2%, frustrando as expectativas do mercado.

No terceiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 0,9%, segundo dados do IBGE, embora tenha mostrado uma desaceleração em relação ao desempenho mais forte de trimestres anteriores. Mesmo com a política monetária contracionista, que visa controlar a inflação, a economia segue aquecida.

Entretanto, as altas consecutivas nos índices de atividade continuam a gerar preocupações sobre a inflação. Em resposta, o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e indicou que novas altas podem ocorrer, com mais duas elevações previstas para os próximos meses.

A pesquisa Focus do Banco Central, realizada antes da decisão sobre os juros, ajustou sua previsão para o crescimento do PIB de 2024 para 3,39%, enquanto a expectativa para 2025 é de uma expansão mais modesta, de 2,0%. O cenário sugere que, embora o Brasil continue a mostrar sinais de crescimento, a desaceleração pode ser uma tendência no futuro próximo.