DIZ ABIT
Importações da indústria têxtil crescem 14,7%, enquanto exportações recuam 4,9%
Por Redação - Em 15/01/2025 às 12:01 AM
As importações da indústria têxtil brasileira alcançaram US$ 6,641 bilhões em 2024, alta de 14,7% em comparação ao ano anterior, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Em contrapartida, as exportações do setor somaram US$ 909 milhões, o que refletiu uma queda de 4,9% em relação a 2023. Como resultado, o saldo da balança comercial do setor foi negativo em US$ 5,7 bilhões, um aumento de 15,7% na desvalorização da balança em comparação ao ano anterior.
O presidente emérito e superintendente da Abit, Fernando Pimentel, apontou diversos fatores que contribuíram para o agravamento do quadro. Entre os principais desafios estão o aumento dos custos de produção no Brasil, a apreciação do dólar frente ao real, o alto nível de juros no país e a limitação de acordos comerciais com outros países. “A alta do dólar valoriza as exportações, mas também eleva os custos atrelados à moeda estrangeira, como máquinas, algodão e produtos químicos, o que impacta diretamente nos custos de produção”, explicou Pimentel.
Além disso, o executivo ressaltou que os concorrentes asiáticos, especialmente a China, têm desempenhado um papel crescente nas exportações globais, intensificando a competição no setor têxtil. “Os asiáticos fortaleceram a sua agenda de comércio exterior e a indústria brasileira vem perdendo presença relativa no mercado global”, afirmou o presidente da Abit.
Em relação às perspectivas para 2025, a Abit está otimista com a implementação do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que promete eliminar tarifas para 97% dos bens manufaturados no comércio entre os dois blocos. Pimentel acredita que o tratado trará oportunidades de incremento nas exportações, atração de investimentos, criação de empregos, além de fomentar a produção e o avanço tecnológico no Brasil. “O acordo deve gerar uma série de benefícios para o setor têxtil brasileiro, impulsionando a competitividade da indústria no mercado internacional”, concluiu.
Com desafios ainda presentes, mas também com algumas oportunidades à vista, a indústria têxtil brasileira se prepara para enfrentar um ano de incertezas, mas também de potenciais transformações impulsionadas por acordos comerciais e inovação tecnológica.