APONTAM CNDL E SPC BRASIL

Inadimplência no Brasil cresce em outubro e afeta 41,23% da população adulta

Por Redação - Em 19/11/2024 às 4:14 PM

Real Moeda Brasileira

Apesar das dificuldades, a CNDL acredita que a entrada de recursos adicionais na economia, como o 13º salário, pode ajudar a aliviar a situação de muitos consumidores

O número de brasileiros com dívidas em atraso segue aumentando. Dados do Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que, em outubro de 2024, 41,23% da população adulta do país estava negativada, totalizando 68,11 milhões de consumidores. O número representa um crescimento de 1,13 pontos percentuais em relação a outubro de 2023, e um aumento de 0,94 pontos percentuais em comparação com setembro de 2024.

Segundo o presidente da CNDL, José César da Costa, o aumento da inadimplência reflete um cenário de aperto financeiro persistente, especialmente para consumidores da faixa etária de 30 a 39 anos, onde se concentra a maior parte dos devedores. A elevação das taxas de juros, com a previsão de novas altas, tende a piorar o custo do crédito, impactando ainda mais as finanças das famílias, principalmente as que possuem dívidas bancárias. De fato, o setor bancário foi o que mais teve aumento nas dívidas, com um crescimento de 4,16% no último ano.

Entre os devedores, o grupo etário de 30 a 39 anos é o mais representativo, com 23,70% da inadimplência total. Isso significa que cerca de 16,84 milhões de pessoas nesta faixa etária estão com o nome negativado, o que equivale a quase 50% da população adulta dessa faixa. O número é significativo, considerando que, em média, cada consumidor inadimplente devia R$ 4.425,73, sendo que, na média, cada um tem dívidas com 2,12 credores.

A distribuição entre os sexos é relativamente equilibrada, com 51,21% das dívidas concentradas em mulheres e 48,79% em homens.

Bancos dominam as dívidas

Em termos de setores credores, os bancos continuam sendo os principais detentores de dívidas em atraso no Brasil. No mês de outubro de 2024, o setor bancário concentrou 64,93% do total de dívidas, seguido pelo comércio (10,51%) e serviços essenciais como água e luz (10,38%). No entanto, houve uma diminuição das dívidas com esses dois últimos setores, com quedas de 5,90% no comércio e 6,77% em serviços de água e luz.

Regiões

Ao analisar a inadimplência por região, o Centro-Oeste se destacou com o maior aumento no número de devedores: 6,44% a mais que no ano anterior. Em contraste, o Sul do Brasil apresentou uma diminuição de 1,68% nas dívidas, a única redução entre as regiões analisadas. A região Centro-Oeste também registrou a maior taxa de inadimplência, com 44,54% da população adulta negativada. No Sul, a proporção foi de 36,66%, a menor entre as regiões.

Expectativa para o fim de ano

Com a aproximação das festas de fim de ano, muitos brasileiros enfrentam um cenário de endividamento ainda mais agravado. As despesas adicionais com presentes, celebrações e viagens, somadas aos encargos tradicionais do início do ano, como matrícula escolar e impostos, devem pressionar ainda mais o orçamento familiar. “Essas despesas extras, combinadas com um cenário de crédito mais caro e o alto nível de endividamento, podem aumentar ainda mais os índices de inadimplência”, destaca Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil.

Apesar das dificuldades, a entrada de recursos adicionais na economia, como o 13º salário e o aumento de vagas em empregos temporários, pode ajudar a aliviar a situação de muitos consumidores. No entanto, Pellizzaro reforça a importância do planejamento financeiro e da priorização do pagamento das dívidas para evitar a piora no quadro de inadimplência.

A pesquisa também revelou que uma parcela significativa dos consumidores negativados possui dívidas de baixo valor. Quase 31% dos inadimplentes têm dívidas de até R$ 500, e esse percentual sobe para 44,74% quando se considera dívidas de até R$ 1.000. Isso sugere que, embora o número de inadimplentes seja elevado, muitos têm dívidas menores, o que pode indicar dificuldades pontuais de pagamento.

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