Geraldo Alckmin destacou a relevância do anúncio, afirmando que “esse é um anúncio superimportante, que mostra confiança no Brasil”

A indústria brasileira de papel e celulose deu um importante passo em sua expansão com o anúncio de investimentos que totalizam R$ 105 bilhões até 2028. A divulgação ocorreu nessa quarta-feira, durante uma reunião no Palácio do Planalto, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ).

Geraldo Alckmin destacou a relevância do anúncio, afirmando que “esse é um anúncio superimportante, que mostra confiança no Brasil”. O vice-presidente ressaltou que o setor é um exemplo de “Nova Indústria Brasil” por sua inovação e sustentabilidade, com acesso a recursos para desenvolvimento e um impacto significativo na balança comercial do país.

Expansão e Impacto Econômico

Os investimentos incluem a abertura de novas fábricas, ampliação das plantas existentes e obras de infraestrutura logística para facilitar o escoamento da produção. O projeto prevê a criação de aproximadamente 36 mil empregos durante o período de construção e a geração de 7,3 mil empregos diretos e indiretos quando as novas unidades entrarem em operação.

Entre os maiores projetos anunciados estão:

Arauco – Inocência (MS): Investimento de R$ 25 bilhões para a construção da primeira fábrica de celulose da empresa chilena no Brasil, com capacidade inicial de 2,5 milhões de toneladas por ano, podendo dobrar até 2032. O projeto criará 12 mil empregos durante a construção e 2,3 mil na operação, além de gerar 400 MW de energia limpa.

Suzano – Ribas do Rio Pardo (MS): Com um investimento total de R$ 22,2 bilhões, o Projeto Cerrado inclui a construção de uma fábrica com capacidade de 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto. A unidade é a maior linha única de produção do mundo e começará a operar com 3 mil empregos diretos e indiretos, além de 10 mil empregos durante a construção.

CMPC – Barra do Ribeiro (RS): A multinacional chilena CMPC investirá R$ 25 bilhões em uma nova planta e um terminal portuário, com capacidade anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose. O projeto deve gerar aproximadamente 12 mil empregos durante a construção e 1,5 mil empregos diretos e indiretos na operação.

Bracell – Lençóis Paulista (SP): A Bracell investirá R$ 5 bilhões na construção de uma fábrica de papéis para fins sanitários (papel tissue), com a geração de 2 mil empregos na construção e 550 na operação.

Klabin – Piracicaba (SP): A Klabin está concluindo um investimento de R$ 1,6 bilhão no Projeto Figueira, voltado para a produção de papéis para embalagem e papelão ondulado.

Eldorado Brasil – Três Lagoas (MS): A Eldorado Brasil planeja investir R$ 25 bilhões na construção da segunda linha de produção e na construção de um ramal ferroviário para escoamento da produção.

Sustentabilidade e Competitividade

O setor de papel e celulose no Brasil se destaca pela sustentabilidade, com 90% da energia consumida proveniente de fontes renováveis. Em 2023, a indústria gerou US$ 10,3 bilhões em divisas para o país, representando cerca de 3% das exportações brasileiras e um saldo comercial positivo de US$ 9,2 bilhões.

Paulo Hartung, presidente da IBÁ, afirmou que os investimentos visam fomentar regiões com menor dinamismo econômico e apoiar a substituição de pastagens improdutivas por florestas cultivadas, em alinhamento com o programa do Ministério da Agricultura.

Com esses investimentos significativos, a indústria de papel e celulose brasileira reforça sua posição como uma potência global, promovendo crescimento sustentável e criando novas oportunidades econômicas no país.