Economista-chefe do BNB, Rogério Sobreira, afirma que há expansão do crédito, apesar da elevação da taxa de juros no país Foto: Fernando Cavalcante/BNB

A atividade econômica do Ceará iniciou 2025 com crescimento de 2,4% em janeiro frente a dezembro de 2024, de acordo com dados do Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central (IBCR-NE). O desempenho foi puxado, principalmente, pela recuperação da indústria de transformação e pelo aumento do volume de crédito disponível no estado.

A análise é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), ligado ao Banco do Nordeste (BNB), que atribui o resultado ao avanço de 7,9% na produção industrial cearense em relação ao mês anterior. O comércio varejista também contribuiu para o desempenho positivo, com alta de 1,7%, impulsionado pela elevação de 8,1% nas vendas de veículos e peças, e de 15% no segmento de materiais de construção.

O economista-chefe do BNB, Rogério Sobreira, destaca que a ampliação da oferta de crédito tem sido um fator relevante para sustentar o nível de demanda interna, mesmo em um ambiente de juros elevados.

Segundo ele, a atuação anticíclica do banco vem contribuindo para manter o ritmo de investimentos na região. “O Banco do Nordeste tem desempenhado um papel central ao ampliar contratações e desembolsos, oferecendo crédito a taxas médias mais baixas do que as praticadas pelos bancos privados”, afirma.

Financiamento para a indústria

Na indústria, os financiamentos contratados junto ao BNB somaram R$ 190 milhões em janeiro, o que representa um crescimento superior a 1.330% na comparação com igual mês do ano anterior. No segmento de microcrédito urbano, por meio do programa Crediamigo, o volume contratado chegou a R$ 251 milhões, uma expansão de 34,2% na mesma base de comparação.

Esse movimento de expansão de crédito, segundo o banco, tem contribuído não apenas para a atividade industrial, mas também para o desempenho do comércio, especialmente entre pequenos empreendedores.

O resultado do Ceará acompanha a tendência da região Nordeste, que apresenta crescimento acumulado de 3,9% nos 12 meses encerrados em janeiro de 2025. O percentual é ligeiramente superior ao verificado no agregado nacional, de 3,8%, reforçando o papel do crédito direcionado como mecanismo de sustentação da economia regional.