FIM DE ACORDO

Instituto Aço Brasil reage à decisão dos EUA de aumentar alíquota de importação do aço para 25%

Por Redação - Em 11/02/2025 às 3:39 PM

Em 2024, os Estados Unidos importaram 5,6 milhões de toneladas de placas, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil

O Instituto Aço Brasil expressou surpresa e preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos, anunciada nesta segunda-feira (10), de estabelecer uma alíquota de 25% sobre as importações de aço, independentemente da origem. A medida derruba o acordo firmado entre Brasil e EUA em 2018, durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, que havia permitido condições mais favoráveis para as exportações de aço brasileiro.

Naquele ano, os governos de ambos os países negociaram uma cota de exportação que limitava as exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos, estabelecendo um limite de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e placas, além de 687 mil toneladas de laminados. Este acordo foi uma tentativa de flexibilizar a decisão anterior de Trump, que havia imposto a alíquota de 25% sobre o aço importado.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, o acordo de 2018 foi benéfico tanto para o Brasil quanto para a indústria norte-americana, que necessitava das placas de aço produzidas no Brasil para suprir a demanda do mercado interno. Em 2024, os Estados Unidos importaram 5,6 milhões de toneladas de placas, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil, atendendo integralmente às cotas estabelecidas pelo acordo de “hard quota”. Esse regime impediu que as exportações brasileiras ultrapassassem os volumes pré-determinados para semiacabados e laminados.

Além disso, o mercado brasileiro também enfrenta um aumento significativo nas importações de aço provenientes de países que praticam concorrência desleal, especialmente a China. O Instituto Aço Brasil já havia solicitado ao governo brasileiro a implementação de medidas de defesa comercial, resultando na vigência de um regime de cota-tarifa para 9 NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) de produtos de aço.

O Instituto refutou a alegação do governo americano de que o Brasil estaria praticando “circunvenção” de produtos de aço de terceiros países para os Estados Unidos, ressaltando que o regime de cota-tarifa em vigor no Brasil já impede tal prática.

Além da surpresa com a nova taxa de 25%, o Instituto Aço Brasil destacou que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos tem sido historicamente favorável aos norte-americanos. Nos últimos cinco anos, os EUA apresentaram um superávit comercial médio de US$ 6 bilhões. A corrente de comércio entre os dois países no setor de aço, carvão e máquinas e equipamentos atingiu US$ 7,6 bilhões, com os Estados Unidos apresentando superávit de US$ 3 bilhões.

Em resposta à medida, o Instituto Aço Brasil e as empresas associadas expressaram sua confiança na retomada do diálogo entre os governos dos dois países. Eles acreditam que a taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não trará benefícios para nenhum dos lados e que, com base na longa parceria comercial entre Brasil e EUA, seria possível restabelecer as condições acordadas em 2018, garantindo a continuidade do fluxo de aço de forma vantajosa para ambos os países.

O Instituto permanece em busca de uma solução que preserve os interesses de ambas as partes e promova a manutenção das relações comerciais no setor.

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