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Intenção de consumo das famílias recua na passagem de julho para agosto

Por Redação - Em 23/08/2024 às 12:29 AM

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Apesar dessa leve queda, o índice ainda se mantém na zona de satisfação, acima dos 100 pontos

Os brasileiros mostraram uma leve diminuição em sua disposição para gastar em agosto, marcando o segundo mês consecutivo de recuo. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,1% em relação a julho, ajustada pelas influências sazonais, alcançando 102,2 pontos. Apesar dessa leve queda, o índice ainda se mantém na zona de satisfação, acima dos 100 pontos.

Comparado a agosto do ano passado, houve um crescimento de 1,2% na intenção de consumo das famílias, indicando um aumento na disposição para gastar ao longo do último ano.

Embora a CNC tenha registrado uma expansão no número de assalariados e uma melhora nas condições de crédito, as taxas de juros continuam elevadas e os consumidores permanecem cautelosos quanto à evolução do mercado de trabalho.

A análise dos componentes do ICF revela que, na passagem de julho para agosto, três dos sete indicadores apresentaram piora. O componente que mede o emprego atual aumentou 0,4%, alcançando 126,6 pontos, enquanto a renda atual permaneceu estável em 125,7 pontos. Já o nível de consumo atual caiu 0,9%, para 88,0 pontos. Além disso, a perspectiva profissional e a perspectiva de consumo também apresentaram quedas, de 0,2% e 1,1%, respectivamente.

O acesso ao crédito e o momento para aquisição de bens de consumo duráveis apresentaram melhorias, com aumentos de 0,6% em ambos os casos, para 93,5 pontos e 68,0 pontos, respectivamente.

O estudo revelou que a intenção de consumo recuou entre os consumidores com renda mais baixa. Entre as famílias com renda familiar abaixo de 10 salários mínimos, o indicador caiu 0,2% em agosto em relação a julho, para 101,3 pontos. Em contraste, as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos mantiveram a intenção de consumo estável, em 119,2 pontos.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, comentou que “embora as famílias com maior renda tenham reduzido sua intenção de consumo, as de menor renda enfrentam uma redução mais acentuada na perspectiva de consumo. Isso pode ser atribuído a uma maior seletividade no crédito, que favorece aqueles com maior capacidade de pagamento.”

As conclusões da CNC refletem uma cautela crescente entre os consumidores brasileiros, que permanecem atentos às condições econômicas e ao mercado de trabalho, apesar das melhorias nas condições de crédito e do aumento do número de assalariados.

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