Para 2025, a expectativa é de continuidade do cenário de 2024, com os investidores buscando segurança, rentabilidade e liquidez FOTO: Agência Brasil

O volume financeiro investido pelos brasileiros alcançou R$ 7,295 trilhões no final de dezembro de 2024, marcando um crescimento de 12,6% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo varejo de alta renda, que teve um crescimento de 15,4%.

Em termos absolutos, a alta renda acumulou R$ 2,572 trilhões em investimentos, seguida pelo varejo tradicional, com R$ 2,427 trilhões, e o segmento private, que somou R$ 2,296 trilhões. De acordo com o vice-presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, Luciane Effting, o mercado de private teve um desempenho mais modesto, com uma alta de 8,7%, devido à falta de grandes eventos de liquidez, como IPOs e follow-ons, que costumam movimentar o segmento.

A renda fixa foi o principal tipo de ativo entre os investidores, representando 59,2% do total investido. Essa categoria teve um crescimento de 18% em 2024. Em seguida, a previdência no varejo respondeu por 16,9% dos investimentos, com um aumento de 18,3%, enquanto a renda variável teve um crescimento de 1,3%, alcançando 13,6% do total. Os ativos híbridos, que incluem fundos imobiliários e multimercados, foram os únicos a registrar queda, com uma redução de 5,8% em relação ao ano anterior, representando 10,2% dos investimentos totais.

Dentro dos títulos e valores mobiliários, os produtos isentos de impostos, como letras, CRAs, CRIs e debêntures incentivadas, apresentaram crescimento expressivo, com um aumento de R$ 165,6 bilhões (15,5%). Os CRIs, por exemplo, tiveram uma alta de 36,4%, enquanto os CRAs subiram 27,3%. Os investimentos em debêntures incentivadas cresceram 20,5%, e as LCAs e LCIs aumentaram 13,3% e 12,7%, respectivamente.

No entanto, os investimentos em debêntures tradicionais, títulos públicos e CDBs também tiveram um bom desempenho, com crescimentos de 35,4%, 21,3% e 20,7%, respectivamente. Já as ações tiveram um aumento mais modesto de 4,1%.

Para 2025, a expectativa é de continuidade do cenário de 2024, com os investidores buscando segurança, rentabilidade e liquidez, especialmente na renda fixa. Effting afirmou que produtos isentos de IR devem seguir em alta, mas alertou para a importância da diversificação nos investimentos, destacando o desafio de mostrar as vantagens dessa estratégia para o investidor.