Quando comparados aos investimentos de 2019, no valor de R$ 2,21 bilhões, o aumento é ainda mais significativo, alcançando 76,04%, aponta estudo do Ipece

Os investimentos realizados pelo Governo do Ceará em 2024 somaram R$ 3,89 bilhões, marcando um crescimento de 42,35% em relação a 2023, quando o total foi de R$ 2,73 bilhões. Quando comparados aos investimentos de 2019, no valor de R$ 2,21 bilhões, o aumento é ainda mais significativo, alcançando 76,04%. As informações constam no relatório “Enfoque Econômico (Nº 288)”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Em 2024, as Receitas Correntes do Ceará totalizaram R$ 38,11 bilhões, o que representa um aumento de 13,14% em relação ao ano anterior, quando foram arrecadados R$ 33,68 bilhões. Comparadas a 2019, as receitas cresceram 49,58%, já que no ano citado o total foi de R$ 25,47 bilhões.

As despesas correntes, por sua vez, atingiram R$ 34,38 bilhões em 2024, apresentando um crescimento de 11,48% em relação a 2023 (R$ 30,84 bilhões). Em relação a 2019, o aumento foi de 50,58%, quando as despesas totalizaram R$ 22,83 bilhões. No mesmo período, as despesas de capital cresceram 34,25%, passando de R$ 4,35 bilhões em 2023 para R$ 5,84 bilhões em 2024, um aumento de 75,31% quando comparado aos R$ 3,33 bilhões de 2019.

Sobre o desempenho no sexto bimestre de 2024, o analista de Políticas Públicas do Ipece, Paulo Pontes, destacou que as receitas correntes representaram, em média, mais de 90% das receitas orçamentárias do Governo do Ceará, demonstrando uma baixa dependência de recursos externos no período. Entre 2019 e 2024, as receitas correntes cresceram 53,14%, e entre 2023 e 2024, o aumento foi de 4,63%. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelas transferências correntes, que aumentaram 54,69% no período de cinco anos, embora tenham registrado queda de 3,70% de 2023 para 2024.

As receitas provenientes de impostos e taxas também mostraram crescimento substancial: 36,65% de 2019 a 2024 e 19,38% entre 2023 e 2024. Já as receitas de capital tiveram uma redução de cerca de 60% no mesmo intervalo.

O estudo aponta que, em relação às despesas, mais de 80% das despesas orçamentárias estavam concentradas nas despesas correntes, que cresceram 56,2% entre 2019 e 2024 e 13% entre 2023 e 2024. Segundo Pontes, esses aumentos superaram os das receitas correntes, refletindo uma gestão fiscal mais robusta no Estado.

O desempenho positivo das receitas de impostos e o crescimento das receitas orçamentárias de 37% em 2023 para 41% em 2024 indicam uma maior capacidade do Estado em financiar seus gastos com recursos próprios.