O Brasil deverá atrair uma série de novos investimentos internacionais no decorrer deste ano, por meio do IPO do cheque em branco, que explodiu no mercado norte-americano em 2020. Trata-se de uma modalidade na qual os valores são levantados sem que a empresa a ser listada na bolsa esteja definida. Ou seja, os investidores depositam um voto de confiança na capacidade dos gestores dos recursos de achar uma boa oportunidade de negócio, o que poderá criar novos unicórnios no País nos próximos dois ou três anos.

Empresas de tecnologia são as principais no radar dos investidores                 Foto: Divulgação

Desse modo, somente depois que estão com o dinheiro garantido, é que os gestores passam a procurar uma companhia para investir, e é esta que passará a ser uma empresa de capital aberto. De acordo com o Spacinsider, somente em 2020 foram realizados 248 IPOs desse tipo nos EUA, os chamados Spacs (Special Purpose Aquisition Company – veículo de propósito específico de aquisição). E apenas nos primeiros meses deste ano já aconteceram quase 300 transações nessa modalidade naquele país.

Obviamente que para receber esses recursos, o gestor de investimentos precisa ter muita credibilidade do mercado, o que proporciona ao investidor a melhor chance de de ingressar antecipadamente numa empresa que possui excelente potencial de valorização no curto e médio prazos, fazendo com que a possibilidade de surgirem novos unicórnios no Brasil e na América Latina, nos próximos anos, seja expandida. E isso é muito importante, diante do cenário de juro negativo que está ocorrendo praticamente no mundo inteiro.

Como existem mais de US$ 100 bilhões já captados em todo o planeta, especialistas acreditam que cerca de 3% desse total devem ser canalizados para a América Latina em 2021, o que representa cerca de R$ 16,5 bilhões. Em média, cada cheque em branco desses investidores que gostam de correr riscos maiores gira em torno de US$ 200 milhões, o que pode gerar uma forte injeção de recursos na economia brasileira nos próximos meses.

Outro fato que atrai os investidores para esse tipo de operação financeira, está no fato de que a regulamentação e seus processos são mais céleres do que um IPO tradicional, comumente procurado por aquelas companhias que pretendem ingressar no mercado de capitais. E como há uma elevada liquidez global, com investidores ávidos por bons negócios, o Brasil poderá ser beneficiado com esta nova onda e atrair altos valores, especialmente para empresas de tecnologia, como startups e fintechs.