A movimentação é vista como reflexo das políticas comerciais norte-americanas

A gigante da indústria farmacêutica Johnson & Johnson se prepara para um impacto significativo nas finanças no próximo ano: cerca de US$ 400 milhões em custos adicionais, resultado direto das tarifas sobre importações — especialmente aquelas que incidem sobre metais e produtos chineses. A estimativa foi apresentada nesta terça-feira pelo diretor financeiro da empresa, Joseph Wolk.

A movimentação é vista como reflexo das políticas comerciais norte-americanas, que voltaram a adotar uma postura mais protecionista sob a administração do presidente Donald Trump, agora influente no cenário político atual. “Estamos sendo cautelosos quanto às políticas comerciais em curso. Nossa intenção é manter uma postura respeitosa com as diretrizes do governo”, afirmou Wolk.

Mesmo diante do cenário de aumento de custos, a empresa vê estabilidade no setor em que atua. Segundo Joseph Wolk, a área da saúde tende a apresentar maior resiliência frente às oscilações econômicas. “A demanda por cuidados médicos continua forte, e geralmente sofre menos com recessões do que outros segmentos da economia”, completou.

O CEO da Johnson & Johnson, Joaquin Duato, aproveitou o momento para defender uma abordagem alternativa às tarifas. Segundo ele, oferecer estímulos tributários seria uma forma mais eficiente de fortalecer a produção doméstica. “Em vez de tarifas, preferimos políticas fiscais que incentivem a manufatura americana”, disse Duato, sinalizando o desejo de um ambiente econômico mais previsível para o setor industrial.