INTERAÇÃO

Lauro Chaves fala de oportunidades e desafios do desenvolvimento regional

Por Marcelo - Em 26/02/2020 às 8:55 AM

O conselheiro Lauro Chaves Neto, novo coordenador da Comissão de Desenvolvimento Regional do Cofecon, tem uma missão que abrange diversas áreas da economia, bem como inúmeros atores. Ela é o braço que reúne as inteligências econômicas dentro do Sistema Corecon-Cofecon, da Academia, dos poderes público e privado, dos bancos e agências de desenvolvimento de todo o País, para não só pensar o onde estamos, quais os gargalos para o desenvolvimento, o quê leva o Brasil a ser um país injusto e desigual, tanto territorial como socialmente.

Como exemplo citou o Ceará, onde o desenvolvimento da Região Metropolitana de Fortaleza difere do interior do Estado. “E ainda assim, no interior é totalmente diferente nas zonas urbana e rural, da maior parte dos municípios. Então, a Comissão de Desenvolvimento Regional leva a cabo, não só consolidar toda essa questão existente, para sensibilizar cada vez mais a sociedade da gravidade da desigualdade social e territorial, assim como formular, propor, analisar, criticar as políticas públicas existentes para o desenvolvimento regional”, disse.

Lauro Chaves Neto está à frente da Comissão                       Foto: Divulgação

Lembrou que vai buscar uma interatividade maior com a Academia, pois ela é o centro irradiador do pensamento, da análise crítica de toda a sociedade.

“Teremos uma atuação profunda com os cursos de graduação, mestrado e doutorado de Economia, porque precisamos reunir aquilo que já existe de pensamento, de diagnóstico, pois há muita coisa espalhada em todo o Brasil. Temos desigualdades em todas as regiões, contando com a expertise e inteligência das cabeças pensantes das universidade para a formulação de sugestões e uma análise crítica com o objetivo de melhorar as políticas públicas existentes. Assim poderemos interagir de uma forma mais pró-ativa com as agências de desenvolvimento, o setor produtivo da economia, o poder público e a sociedade local, pois sem a participação efetiva do cidadão, você não consegue obter o desenvolvimento regional”, salientou.

Lauro Chaves ressaltou que para ocorrer o desenvolvimento regional, reduzir as desigualdades territoriais e sociais, é preciso haver investimentos públicos, privados, e que coloque a economia na direção correta, para uma melhor distribuição de renda, uma promoção de oportunidades de desenvolvimento em todo o território.

“Para isso, você precisa financiar o desenvolvimento, as políticas públicas, precisa dos bancos de desenvolvimento. Se pegarmos o microcrédito, é um exemplo de política de inclusão através do crédito. Se pegarmos o financiamento de projetos de infraestrutura, vemos que os bancos de desenvolvimento é que vão financiar essas ações. Temos o BNB, o Basa, o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, que podem ser envolvidos para trabalhar essa questão do desenvolvimento regional”, afirmou.

O conselheiro do Cofecon ressaltou que é preciso interagir com o Sistema S, com o Sebrae nas micro e pequenas empresas, o Sesi e o Senai na indústria, o Sesc no comércio, o Senar na agricultura, o Senat no transporte. “Todo o Sistema S pode e deve atuar, direcionando ações na promoção do desenvolvimento regional, oportunidades e qualificação naqueles territórios mais longínquos onde, muitas vezes, as oportunidades são escassas”, salientou.

Microempresas oferecem milhares de oportunidades no Brasil

E destacou que a maior desigualdade é a de oportunidades, pois quando ela não é gerada, no futuro haverá uma desigualdade econômica, de renda, de qualidade de vida em toda a sociedade. Portanto, é preciso trabalhar as condições básicas para o desenvolvimento.

“Estamos falando da educação, com o ensino fundamental, o médio e o técnico; das condições de infraestrutura para que tenhamos um ambiente competitivo de negócios; na desburocratização para que as empresas e pequenos empreendedores possam arriscar os seus capitais e crescerem junto com a economia. Então, quando você trata de políticas de desenvolvimento regional, precisa ir na raiz da questão, que é promover uma igualdade de oportunidades. Porque desigualdades sempre vão existir. Temos resultados, esforços, capacidades e habilidades diferentes. Não podemos admitir uma desigualdade extrema que oprime, impede o empreendedorismo, que castra as oportunidades de melhoria de grande parte da sociedade, por não ter acesso a desenvolver as duas aptidões”, resumiu Lauro Chaves.

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