ECONOMIA

Lula defende aceleração da descarbonização e novo multilateralismo em discurso na ONU

Por Redação - Em 24/09/2024 às 1:58 PM

Lula Na Onu Foto Ricardo Stuckert

Lula defende aceleração da descarbonização e novo multilateralismo em discurso na ONU FOTO: Ricardo Stuckert

Durante a abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a urgência de acelerar a descarbonização global e a necessidade de uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Em um mundo marcado por conflitos e disputas geopolíticas, Lula enfatizou que o Brasil está posicionado para liderar a agenda verde e se tornar um “celeiro de oportunidades” na transição energética.

Lula, que fez o discurso de abertura entre os chefes de Estado desde 1955, mencionou a  histórica participação de Oswaldo Aranha na Assembleia, que foi crucial para a criação de Israel. “Em tempos de polarização, expressões como ‘desglobalização’ se tornaram comuns, mas não podemos ‘desplanetizar’ nossa vida em comum. Estamos condenados à interdependência da mudança climática”, afirmou, ressaltando a urgência dos desafios climáticos que o planeta enfrenta.

O presidente alertou que 2024 pode ser o ano mais quente da história moderna, citando desastres naturais como furacões, tufões, secas e inundações que causam morte e destruição. Ele apontou os efeitos dramáticos da emergência climática no Brasil, incluindo enchentes e queimadas. “Meu governo não terceiriza responsabilidades. Já fizemos muito, mas sabemos que precisamos fazer mais”, afirmou.

Lula também expressou confiança de que Belém do Pará sediará a COP30 em 2025, reforçando que o multilateralismo é essencial para enfrentar a urgência climática. Com 90% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, o Brasil se destaca em uma matriz energética limpa e na produção de hidrogênio verde.

Em relação ao desmatamento na Amazônia, o presidente anunciou a meta de zerá-lo até 2030, destacando a importância de incluir os povos indígenas e comunidades tradicionais nas discussões sobre desenvolvimento sustentável. “Não é admissível pensar em soluções sem ouvi-los”, ressaltou.

Lula também se comprometeu a acabar com a fome no Brasil, lembrando que essa meta foi alcançada em 2014. Em novembro, será lançada uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, resultado da presidência brasileira do G20.

O presidente abordou ainda a defesa da democracia e a luta contra o extremismo. “A democracia deve responder às aspirações de quem não aceita mais a fome e a desigualdade”, afirmou. Ele expressou preocupação com as desigualdades sociais geradas pela inteligência artificial, defendendo uma IA que respeite os direitos humanos e promova a paz.

Por fim, Lula criticou a ONU, que considera cada vez mais paralisada, e defendeu uma reforma abrangente na Carta das Nações Unidas. Ele sugeriu transformações no Conselho Econômico e Social, na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança, destacando que cabe à Assembleia Geral pavimentar o caminho para o futuro.

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