PREOCUPAÇÃO COM O LOCKDOWN

Maurício Filizola pede ações coordenadas para evitar o colapso do setor produtivo

Por Marcelo - Em 05/03/2021 às 6:37 PM

O presidente do Sistema Fecomércio-CE, Maurício Filizola, afirmou nesta sexta-feira (5) estar preocupado com o novo lockdown imposto na capital cearense, até o próximo dia 18. Ele ressalta que todos os setores da área empreendedora, produtiva, se interligam. Há o agronegócio que fornece insumos para a indústria, redes de supermercados; a logística que impacta em todos os setores; a indústria, que fornece produtos ao comércio. E a parte de serviços que atua nas áreas de segurança, asseio, conservação.

“Mas o comércio tem um forte impacto no PIB nacional, faz a conexão de inúmeras áreas produtivas, e quando temos uma medida que restringe este movimento, é retirada a oportunidade da prestação de serviços, de atendimento ao consumidor, o relacionamento entre os colaboradores. E nem tudo o que for perdido neste momento, poderá ser recuperado no futuro”, afirmou.

Maurício Filizola disse que quebra do ciclo virtuoso preocupa a todos                Foto: Portal IN

Disse que quando existe uma parada neste ciclo virtuoso, cresce a preocupação entre os empresários, pois estavam vindo numa linha de retomada do crescimento, e agora haverá nova interrupção. E que é preciso levar em consideração os aprendizados, pois no ano passado a retomada ocorreu em cinco fases, gradativamente, mas de forma lenta.

“À medida que o comércio foi reabrindo, os casos não subiram, pois tínhamos feito a nossa parte, adotando todas as medidas preventivas. Agora estávamos todos organizados, com as medidas e protocolos de segurança sendo seguidos, e há esta nova paralisação de atividades. É preciso lembrar, também, que vieram as eleições, festas e eventos clandestinos, um pouco da guarda baixada pela população, achando que estava tudo bem, comércios irregulares funcionando sem fiscalização mais intensa. Isso acaba ficando caro para a gente e para o Governo, pois há aglomeração, sonegação de impostos, retração da arrecadação”, explicou Filizola.

O presidente da Fecomércio-CE reafirmou que não foram os empresários do comércio os responsáveis pelo aumento do número de casos de Covid-19 e, novamente, estão sendo penalizados. Asseverou que não houve um trabalho de barreiras sanitárias mais efetivas, principalmente nos aeroportos, e quem está sofrendo é quem mais colaborou para que os índices de contaminação tivessem uma retração.

“Há uma preocupação com a reabertura de nossos estabelecimentos, pois temos compromissos com o consumidor, com os colaboradores, com os fornecedores e até com o Governo, pois ele arrecada os impostos do setor produtivo. Precisamos ser ouvidos nisso, uma clareza maior sobre o que podemos fazer a mais e termos apoio para atravessar este momento tão complicado da economia”, solicitou o dirigente.

E afirmou entender que em 2020 ninguém havia passado por uma situação semelhante. “Mas já estamos com um ano de pandemia e deveria ter havido um grande aprendizado com as experiências. É preciso uma melhor coordenação de ações, a fim de que os prejuízos possam ser minimizados, pois nós do setor produtivo estamos aqui para contribuir, para ajudar. Mas não podemos ser os principais prejudicados com toda essa situação”, completou Maurício Filizola.

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