TECNOLOGIA

Mercado global de biometria deve ultrapassar US$ 120 bilhões até 2029

Por Redação - Em 27/01/2025 às 12:34 AM

Biometria Dados Biométricos Foto Freepik

Mais de 60% dos brasileiros expressam preocupações em relação à coleta de dados biométricos FOTO: Freepik

O mercado global de biometria, que movimentou US$ 60 bilhões, deve mais que dobrar até 2029, alcançando US$ 120 bilhões, segundo estimativas da Mordor Intelligence. Esse crescimento reflete a crescente adoção de tecnologias de autenticação biométrica, como impressões digitais, reconhecimento facial e coleta de íris, em diversos setores ao redor do mundo. No Brasil, no entanto, essa expansão vem acompanhada de um aumento nas preocupações com a privacidade, especialmente no que diz respeito à coleta de dados sensíveis.

Mais de 60% dos brasileiros expressam preocupações em relação à coleta de dados biométricos, conforme aponta o Comitê Gestor da Internet no Brasil. O debate sobre o tema ganhou força recentemente com a popularização do serviço de coleta de dados pela startup Tools For Humanity, liderada por Sam Altman. A empresa, que oferece R$ 700 em troca da coleta de dados biométricos por meio da íris, já conta com mais de 40 pontos de coleta em São Paulo, mas agora enfrenta uma investigação da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para apurar a conformidade de suas práticas com a legislação brasileira.

De acordo com especialistas, os dados biométricos, como íris, digitais e reconhecimento facial, são considerados dados pessoais sensíveis e sua coleta levanta questões sobre a segurança e o uso posterior dessas informações. Ronaldo Lemos, advogado e especialista em direito digital, destacou em entrevista à Forbes Brasil a importância de garantir que a coleta de dados esteja em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A preocupação é que a falta de transparência no uso desses dados possa comprometer a privacidade dos usuários.

A popularização da biometria também se reflete em outros setores. O uso de tecnologias de autenticação baseadas em biometria, como impressão digital e reconhecimento facial, já é uma realidade em muitas instituições financeiras, por exemplo. A Visa, em seu relatório de tendências de 2025, prevê que essas soluções se tornem cada vez mais prevalentes, à medida que métodos tradicionais, como senhas e números de cartão, se tornam alvos fáceis para fraudadores.

Com a expansão desse mercado e os benefícios que ele pode trazer, também aumenta a necessidade de regulamentações rigorosas para proteger os dados pessoais dos usuários. Empresas como a Valid, especializada em coleta biométrica no Brasil, já se adaptam à legislação nacional e priorizam a segurança e a integridade dos dados. No entanto, especialistas alertam que a implementação de novas tecnologias, como a coleta de íris, deve ser cuidadosamente monitorada para evitar riscos à privacidade dos cidadãos.

O crescimento acelerado do mercado de biometria aponta para um futuro em que a autenticação baseada em dados pessoais sensíveis será cada vez mais comum. Porém, é essencial que essa evolução tecnológica aconteça em paralelo com um reforço nas regulamentações para garantir que a privacidade e a segurança dos indivíduos não sejam comprometidas.

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