POLÍTICA COMERCIAL

Mercados globais sofrem fortes quedas com declarações de Trump sobre tarifas

Por Redação - Em 07/04/2025 às 10:28 AM

Donald Trump

Trump se mostrou inflexível, afirmando que não há chance de um acordo com a China ou outros parceiros comerciais enquanto o déficit comercial não for resolvido

Os mercados globais enfrentam um dia de intensas perdas nesta segunda-feira (7), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizar as consequências econômicas de suas políticas comerciais agressivas. Em declarações feitas no domingo (6), Trump reafirmou que não irá flexibilizar suas tarifas, a menos que os países reduzam seus déficits comerciais com os EUA.

“Esqueçam os mercados por um momento”, disse Trump, enquanto explicava que as medidas podem causar dor no curto prazo, mas são necessárias para corrigir desequilíbrios econômicos. Em sua fala, ele afirmou que “às vezes, é preciso tomar um remédio amargo para resolver problemas antigos”, referindo-se às tarifas impostas.

A declaração de Trump surgiu após um fim de semana de incertezas nos mercados, com investidores esperando algum tipo de sinal de alívio ou progresso nas negociações comerciais internacionais. Desde o início de abril, os Estados Unidos impuseram uma tarifa adicional de 10% sobre uma ampla gama de importações, e uma nova rodada de tarifas, com taxas de até 50%, deve entrar em vigor nesta quarta-feira (9).

Trump se mostrou inflexível, afirmando que não há chance de um acordo com a China ou outros parceiros comerciais enquanto o déficit comercial não for resolvido. “Não farei um acordo a menos que resolvamos esse problema”, declarou.

O impacto nas bolsas de valores foi imediato. Nos Estados Unidos, os índices futuros apontavam para uma queda acentuada, com o Dow Jones projetando uma perda de 3,17%, o S&P 500 recuando 3,30% e o Nasdaq caindo 3,65%. Desde que as tarifas foram anunciadas, o S&P 500 já perdeu cerca de 10,5%, ou US$ 5 trilhões em valor de mercado.

Na Ásia, os índices também sofreram grandes desvalorizações. O Hang Seng de Hong Kong caiu 13,22%, o Shanghai SE recuou 7,34%, e o Nikkei do Japão fechou com uma queda de 7,83%. O temor de uma recessão global alimentou a busca por ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos do governo.

Apesar da pressão nos mercados financeiros, a administração Trump não parece disposta a retroceder. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou que as tarifas vão continuar, independentemente das reações do mercado, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou os temores de recessão.

Além disso, os preços das commodities também foram afetados pela turbulência. O petróleo WTI caiu 3,57%, para US$ 59,78 o barril, enquanto o Brent recuou 3,42%, para US$ 63,34. O minério de ferro na China teve uma perda de 3,29%, sendo cotado a 720 iuanes (US$ 98,88). No mercado de criptomoedas, o Bitcoin sofreu uma queda de 10%, e o ETF brasileiro EWZ também caiu mais de 4%.

Com o cenário de incerteza econômica em alta, o futuro das negociações comerciais e suas consequências continuam a ser um dos principais fatores que determinarão o rumo dos mercados globais nos próximos dias.

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